O presidente da Câmara, Luiz Humberto Dutra (PDT), desafiou o vereador Marcelo Borjão (PMDB) a renunciar à presidência da Comissão Permanente de Orçamento e Finanças da Casa, à qual ocupa interinamente há quase dois meses, se não tiver mesmo interesse em ficar no cargo. Trocando em miúdos, ele deixa claro que não tem a intenção de fazer uma nova eleição tal cedo, alegando que “a pressa é dele, não minha”. O peemedebista já disse – inclusive em plenário – que não quer continuar no posto e, em contrapartida, Dutra insiste na sua permanência.
O “pivô” de toda esta celeuma é primeiro secretário do Legislativo, professor Godoy (PTB), eleito para presidir a Comissão, mas que posteriormente renunciou ao cargo porque não condiz com a sua condição de integrante da Mesa Diretora, responsável por analisar as contas da CMU.
Na semana passada, Dutra e Borjão bateram boca em plenário, depois que o peemedebista cobrou do presidente que fizesse a eleição. Godoy interveio na discussão e ficou decidido que o vereador apresentaria um pedido formal para se desligar do cargo. Na opinião do pedetista, porém, no documento Borjão “veio dar ordem, e isso ele faz lá no gabinete dele. Na Casa quem manda é o sistema presidencialista e nós estamos na presidência”, disparou Dutra, se colocando como quem dá as cartas no Poder.
E mais: o pedetista acrescenta que não vai acatar nada de atravessado e filosofa que “a arrogância com os humildes e a humildade com os arrogantes são incompatíveis”. Ele assegura que não há nenhum prejuízo para a Casa da forma como está e diz que voltou a insistir com Borjão para que continue no cargo porque é mais fácil fiscalizar de perto do que criticar de longe.