Aumento de recursos para o custeio do Hospital Regional foi reivindicado nesta quarta-feira (23) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, durante audiência pública realizada pela Comissão de Saúde da Casa.
Presente na audiência, a secretária municipal de Saúde, Valdilene Rocha, informou aos deputados que o funcionamento do Hospital Regional demanda R$7 milhões ao mês e Uberaba aporta sozinha R$4,5 milhões atualmente. O montante corresponde a mais de 60% do custo total.
Secretária municipal de Saúde, Valdilene Rocha, participou de audiência ontem na Assembleia Legislativa (fOTO/Luiz Santana/ALMG)
Com isso, a titular da pasta aproveitou a reunião para solicitar apoio dos integrantes da comissão para reforçar o pleito junto ao Estado e à União quanto ao aumento do repasse destinado ao custeio do HR. Autor do requerimento para a realização da audiência, o deputado Arlen Santiago (Avante), comprometeu-se a pressionar pelo aumento dos recursos.
Apesar do pleito feito pelo município, a pauta da reunião era voltada à discussão sobre as dificuldades de acesso a remédios por pessoas transplantadas. Dados apresentados na Assembleia apontam a existência de 25 mil processos na fila de espera em Minas Gerais para ter acesso a medicamentos de alto custo e de uso prolongado.
Os remédios para as pessoas transplantadas são os chamados “imunossupressores”, medicamentos cujo principal objetivo é evitar a rejeição dos órgãos recebidos. Eles precisam ser tomados ao longo de toda a vida depois da cirurgia e a interrupção do tratamento ou redução da dosagem recomendada pode causar perda do órgão e ter resultados fatais.
Segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (CAO-Saúde), promotor Luciano Moreira de Oliveira, o órgão tem recebido muitas demandas sobre o atraso desses medicamentos, que chegam a levar mais de quatro meses para serem entregues. Ele afirmou que há também demandas relativas à falta de alguns remédios.
De acordo com a representante da Secretaria de Saúde (SES), Grazielle Dias da Silva, os problemas para atendimento da demanda foram atribuídos à falta de pessoal para analisar os documentos. Outros convidados, porém, apontaram que há um ano o governo estadual aumentou a burocracia para os pedidos, o que tem atrapalhado o fluxo.
Sobre a falta de remédios, Grazielle da Silva, da SES, indicou que houve atraso de um mês na entrega pelo Ministério da Saúde de um remédio muito utilizado por pessoas transplantadas. A situação, porém, já teria sido resolvida.