O projeto desenvolvido pela Alpen Energias, do Ceará, deve chegar a R$10 bilhões com início de obras previsto para 2026
Empresários oficializam a compra da área junto à Codenge durante reunião com a participação do ex-deputado Franco Cartafina e do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, José Renato Gomes (Foto/Divulgação)
Para implantação de termoelétrica em Uberaba, empresários oficializaram aquisição de área de 178 mil metros quadrados no Distrito Industrial 3. O contrato de compra e venda já foi assinado junto à Codemge para consolidar a primeira etapa do empreendimento, com início de obras previsto para 2026. Ao todo, R$10 bilhões devem ser aportados para a instalação da planta no Triângulo Mineiro.
O projeto da termelétrica está sendo desenvolvido pela Alpen Energias, com sede no Ceará. De acordo com o diretor executivo da empresa, Epifânio de Carvalho, a escolha do local para o investimento foi feita após um estudo detalhado da situação do país e a necessidade de interiorização da energia.
Segundo o executivo, o projeto de implantação está dividido em duas etapas. A primeira fase tem investimento estimado em R$2,2 bilhões e será instalada no terreno de 178 mil metros quadrados. O início de obras previsto para 2026 e a entrada em operação em 2028. “[Com a área já adquirida] Estamos dependendo só da conclusão do licenciamento ambiental. O prazo que nós temos é de oito meses para finalizar o processo”, manifestou, informando que R$6,7 milhões foram pagos pela área no DI-3.
Já a segunda parte do empreendimento é projetada para estar em pleno funcionamento em 2030, totalizando um aporte R$10 bilhões. Segundo o diretor presidente da empresa, Stefan Danzl, já foi protocolado o pedido de aquisição de outra área para expansão prevista na próxima fase. “Estamos aguardando a Codemge, porque tem que ser feita avaliação da área, e, dependendo da avaliação, será definido o valor da segunda área”, manifestou.
A possibilidade de instalação de uma usina termoelétrica em Uberaba começou a ser ventilada em 2021, a partir da aprovação da Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras. O texto estabeleceu regiões que serão beneficiadas para a construção de novas térmicas e o Triângulo Mineiro foi incluído na lista. Questionados, os dirigentes da empresa informaram que a questão foi considerada na decisão sobre o projeto, mas posicionaram que a efetivação do empreendimento não depende do incentivo.
Atualmente no cargo de assessor da Codemge, o ex-deputado Franco Cartafina acompanhou as primeiras tratativas do grupo em 2022 para viabilizar a implantação da térmica na cidade. Ele explicou que inicialmente foi analisada a compra de uma área particular, mas houve entraves porque o empreendimento precisa estar próximo a um curso d’água e a localização não era ideal.
Já no ano passado, o ex-secretário José Renato Gomes começou a prestar consultoria ao grupo empresarial. Quando Franco assumiu o posto na Codemge, Gomes decidiu apresentar ao órgão estadual a solicitação por área no DI-3. “Sabia que a companhia tem glebas enormes no distrito e levamos a demanda. Identificamos esse terreno próximo a um curso d’água, que é fundamental para a termelétrica, e demos andamento à negociação”, declarou.
Experimental. Paralelo ao investimento macro, um projeto-piloto também será lançado pela empresa em parceria com a Universidade de Uberaba no início do ano que vem. Pela proposta, a instituição vai fazer uma consultoria técnica do empreendimento. Em contrapartida, a empresa montará uma unidade com dimensões menores para fornecer a energia que toda a universidade utiliza.