Assinado ontem decreto que estabelece situação de emergência em áreas do município afetadas pela seca, com validade de 180 dias
Com desabastecimento em nível crítico, a Prefeitura de Uberaba decretou situação de emergência em áreas afetadas pela seca e determinou a suspensão de aulas em parte das unidades da rede municipal de ensino já a partir desta quinta-feira (10).
Até o momento, não foi comunicado o número ou a lista de unidades que seriam atingidas com a interrupção de atividades. Também não foi informado por quanto tempo as aulas ficarão suspensas.
De acordo com as informações da Prefeitura, haverá posteriormente a reposição de aulas nas unidades onde as atividades forem interrompidas devido à falta de água e nenhum aluno será prejudicado.
Assinado ontem pela prefeita Elisa Araújo (PSD), o decreto que estabelece a situação de emergência em áreas do Município afetadas pela seca dá sustentação a medidas como a suspensão das aulas em escolas que tiverem problemas com abastecimento de água.
O texto foi alinhado em reunião conduzida pela prefeita Elisa Araújo com a participação das Secretarias de Educação, de Saúde, de Governo, Defesa Social e de Serviços Urbanos e Obras, Procuradoria-Geral do Município, além da Codau e Defesa Civil.
Ao comunicar a decisão, a prefeita posicionou que a medida é necessária diante da ausência de chuvas por mais de seis meses em toda a região e ressaltou que o problema não é exclusivo de Uberaba, pois outras cidades também estão em situação difícil por causa da estiagem prolongada. “Infelizmente, sem chuvas e temperaturas tão elevadas, todas as nossas reservas estão acabando”.
Conforme a chefe do Executivo, a Codau está utilizando caminhões-pipa para abastecer unidades de saúde, hospitais e serviços no atual momento crítico, apelando à comunidade para economizar ao máximo o consumo de água nos próximos dias.
A prefeita ainda aproveitou e defendeu que ações estão sendo tomadas para sanar o problema no futuro, com a implantação da segunda fonte de captação no Rio Grande. “Os projetos estão prontos e os recursos garantidos [para a obra]”, concluiu.
Rafaella Massa
Após o Jornal da Manhã receber denúncias sobre falta de água nas escolas da rede municipal, a Secretaria Municipal de Educação decidiu suspender as aulas. Segundo relato, a situação está crítica com acúmulo de panelas sujas, utensílios diversos utilizados nas cozinhas e falta de higiene devida.
O denunciante, que solicitou anonimato, revelou que algumas unidades escolares estavam recebendo água com caminhão-pipa, mas nem todas as unidades receberam a ajuda. “Não está tendo condições nem de lavar as panelas que utilizam para preparo das refeições, copos, talheres, etc. Algumas escolas estão comprando galões de água com dinheiro do caixa escolar, sem auxílio da Semed para que as crianças ao menos tenham o que beber. E outras escolas têm pedido para as famílias mandarem garrafa com água para os alunos”, detalha.
Ainda, denunciante afirma que, antes da denúncia, os servidores não haviam recebido orientações de como proceder e estão tomando medidas por si próprios. “As diretoras estão se virando como podem, comprando galões de água, pedindo aos vigias para armazenarem água no período noturno, isso as escolas que têm vigia e, mesmo assim, não estão dando conta de manter a higiene. É um absurdo o que está acontecendo”, dispara.
A reportagem do Jornal da Manhã foi informada também que, somente na manhã de terça-feira (9), 12 escolas estavam sem água e tinham feito pedido de ajuda com caminhão-pipa estando aguardando a chegada de água.
Já no fim do dia, após receber os questionamentos do JM, a Semed publicou decreto suspendendo as aulas da rede municipal.