Fila eletrônica diminui 11% para exames e cresce 5% nas consultas

Com ampliação da capacidade de laboratórios, número de pacientes na fila eletrônica à espera de exames diminuiu 11% nos últimos quatro meses do ano passado. Por outro lado, a quantidade de pessoas aguardando marcação de consultas com especialistas subiu 5% entre setembro e dezembro de 2022. Os dados foram apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde em audiência pública na Câmara Municipal.

De acordo com as informações da Secretaria, havia 35.358 solicitações para exames aguardando atendimento em setembro de 2022. A quantidade caiu para 31.983 procedimentos em 31 de dezembro. No relatório, a pasta posicionou que houve aumento na oferta de vagas por parte dos laboratórios prestadores de serviço. Com isso, houve redução na fila de espera para exames de patologia laboratorial, raio X, ultrassonografia geral, eletroencefalograma, ecocardiograma e holter.

Por outro lado, o levantamento apontou um aumento expressivo na fila para exames de mamografia. Conforme a Secretaria de Saúde, a demanda reprimida cresceu porque uma clínica que presta o serviço ficou duas semanas sem poder abrir vagas na agenda devido à manutenção no aparelho utilizado para o exame. “A fila estava zerada no início de outubro de 2022 e teve aumento da demanda já no mês referido por causa da campanha do Outubro Rosa. O número de pacientes aguardando estava em 34 em setembro e em dezembro o número foi para 715”, continua o texto.

A pasta informou que o prestador de serviço já voltou a atender e, atualmente, a demanda por exames de mamografia já foi reduzida, havendo uma média de 400 pacientes na fila à espera de atendimento.

Quanto às consultas com especialistas, o relatório mostrou que 32.481 pessoas aguardavam atendimento em setembro de 2022. O número subiu para 34.252 no fim do ano passado. A equipe da Saúde justificou aos vereadores que a situação ocorreu devido à saída de médicos da rede municipal, o que reduziu as vagas disponíveis para marcação.

A quantidade de usuários na fila subiu principalmente nas consultas de neurologia, que foram de 939 para 1.308. Outro salto ocorreu na Ortopedia e Traumatologia, que saiu de 25 para 319 pacientes à espera de marcação de atendimento. 

Alto custo inviabilizou call center para agilizar agendamentos da fila

Terceirização de ligações da fila eletrônica para empresa de call center não avançou por questão financeira. Em audiência pública ontem para prestação de contas, a secretária adjunta de Saúde, Valdilene Rocha, posicionou aos vereadores que um estudo sobre a proposta foi realizado no ano passado, mas a contratação não avançou porque o custo não seria viável.

A contratação do call center foi cogitada para tentar otimizar o contato com os pacientes, pois o número de ligações não atendidas na fila eletrônica é alto. Conforme o relatório apresentado ontem na Câmara, 66% dos telefonemas feitos de setembro a dezembro de 2022 não foram atendidos para confirmação da consulta ou exame.

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A situação foi questionada pelos vereadores, cobrando eventuais soluções utilizadas por outras cidades para tornar mais eficiente o contato com os usuários. A adjunta esclareceu que visitas foram feitas a Uberlândia e Fortaleza, onde as ligações foram terceirizadas para empresa de call center.

Segundo Valdilene, um estudo de custos foi realizado, mas a medida não seria viável no momento. Sem especificar valores, a adjunta informou que terceirizar ficaria muito mais caro do que manter o serviço com equipe própria da Secretaria de Saúde. “Essa foi uma das dificuldades que tivemos para incluir isso no orçamento do município”, declarou.

Um dos problemas apontados pela equipe é que as empresas cobram por ligação. Com isso, a Prefeitura seria cobrada até mesmo pelos telefonemas não atendidos e o custo final ficaria alto. O vereador Diego Fabiano de Oliveira (PP) sugeriu que um modelo diferente fosse proposto de licitação, prevendo o pagamento de um valor menor para a ligação não atendida para reduzir o custo.

Em resposta, a adjunta manifestou que a terceirização não foi totalmente descartada pela Secretaria de Saúde e a sugestão do parlamentar seria analisada para tentar viabilizar a contratação no futuro.

Números. Um total de 106.704 ligações telefônicas foi feito de setembro a dezembro de 2022 para agendamento da fila eletrônica, mas somente 34.706 resultaram em marcação da consulta ou exame. Um total de 70.261 ligações não foi atendido. Outras 1.736 pessoas atenderam, mas solicitaram outra data.

O relatório ainda não inclui as ligações feitas no período noturno (19h às 22h) e nem os contatos via WhatsApp, pois as medidas foram iniciadas somente em 2023.