Presidente do PT, deputada classificou atual meta de inflação, de 3%, como ‘inexequível’ e questionou política monetária
Gleisi sugere que o Senado chame Campos Neto para tratar do assunto e explicar, também, a atual meta de inflação, fixada em 3% (Foto/Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados)
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), defendeu, nesta quinta-feira (9), que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vá ao Congresso Nacional explicar a política monetária adotada pela instituição.
Gleisi sugere que o Senado chame Campos Neto para tratar do assunto e explicar, também, a atual meta de inflação, fixada em 3%.
“Por que o presidente do Banco Central e os diretores não podem vir ao Congresso falar como definiram a meta da inflação? Uma meta inexequível, de 3%. Qual é o país do mundo que está com uma inflação dessa?”, questionou Gleisi.
Lideranças da base do governo, assim como o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também vêm criticando a decisão do BC de manter a taxa Selic, a taxa básica de juros, em 13,75%, o maior valor desde janeiro de 2017.
“Os juros nos Estados Unidos e na Europa são negativos, então tem que explicar por que o Brasil tem juros de 13,75%. Isso vai trazer recessão, vai trazer desemprego, esse é o problema. O país precisa de crescimento. Não pode ter uma política monetária que jogue contra isso. Não foi essa a política aprovada nas urnas”, disse.
A deputada ainda afirmou que existe um “tabu”em se discutir a política monetária do país. No entanto, Gleisi Hoffmann ressaltou que o governo não pretende rediscutir a autonomia do Banco Central, aprovada pelo Congresso no governo Jair Bolsonaro sob críticas do PT e de outros partidos de esquerda.
“Ninguém aqui está querendo mudar a legislação do Banco Central. Pode ser até que tenha alguém que queira, mas esse não é o foco do governo”, apontou.
Fonte: O Tempo