Guarda Municipal utiliza placa fria em viatura oficial

Conforme denúncia, veículo da Guarda Municipal circula com placa não registrada no Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG) e também não tem caracterização oficial. O esquema seria para driblar o uso do carro para fins pessoais de funcionários ou mesmo em atividades de campanhas dos candidatos aliados ao governo. A GM admite a utilização da placa falsa, mas argumenta que é apenas para operações à paisana da Patrulha do Silêncio.

Por e-mail, servidor denuncia que automóvel Fiat Uno, de placa HMM-9093, está circulando com a placa LHD-0007, inclusive com fotos da viatura no pátio da GM. Em consulta ao site do Detran, a reportagem constatou que a primeira chapa está registrada em nome da Prefeitura de Uberaba. Porém, a outra aparece como inexistente. Segundo o denunciante, a tática é para disfarçar o uso do veículo para fins pessoais e também em carreatas a favor de candidatos aliados ao governo municipal, prática considerada crime eleitoral.

Questionado sobre o veículo com placa fria, a assessoria de imprensa da PMU confirma o caso. Entretanto, desmente que o esquema seja irregular. O departamento posiciona que a Patrulha do Silêncio utiliza a viatura sem caracterização e com a chapa falsa LHD-0007 para verificar denúncias sobre perturbação do sossego. “Se chega o carro oficial, as pessoas abaixam o som e não tem como apurar o descumprimento da lei. Por isso, é colocada essa outra chapa e os guardas vão à paisana para a medição com o decibelímetro”, completa o jornalista Márcio Gennari. Entretanto, não há informações se a GM precisa ou tem autorização do Detran para tal procedimento.

Além disso, a assessoria assegura que durante o expediente a viatura circula com a placa original e é utilizada no serviço burocrático da Secretaria Municipal de Trânsito.

A reportagem entrou em contato com o delegado da Polícia Civil, Joaquim Pedersen, para esclarecimentos sobre a situação. Segundo ele, o Detran não tem conhecimento e nem autoriza o uso de placa fria em veículo algum. O delegado posiciona que se o carro fosse parado, o motorista estaria sujeito às penalidades normais. Isso inclui até a apreensão do veículo com a placa inexistente.