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Inelegível, Cunha circula por Uberaba e se porta como deputado em Brasília

Marconi Lima
Publicado em 26/12/2025 às 19:55
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O ex-presidente da Câmara Federal agora ocupa em situação informal o gabinete da filha, deputada federal, de onde despacha, recebe aliado e até circula em carro oficial (Foto/Reprodução)

Reportagem do jornal O Tempo, assinada pelo repórter Renato Alves, destaca a atuação do ex-deputado federal Eduardo Cunha, que escolheu Uberaba como uma de suas bases eleitorais em tentativa de retornar à Câmara dos Deputados, dez anos após ter o mandato cassado. Mesmo derrotado nas eleições de 2022, Cunha segue politicamente ativo, com articulações em Brasília e em Minas Gerais, porém, ainda inelegível.

Segundo a reportagem, Eduardo Cunha ocupa de forma informal o gabinete da filha, a deputada federal Dani Cunha (União Brasil-RJ), em Brasília. No local, ele despacha, recebe aliados e circula em carro oficial destinado à parlamentar. O jornal registrou, inclusive, a presença do ex-deputado em veículo oficial da Câmara, no estacionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro, quando teria se dirigido ao gabinete do ministro Flávio Dino.

Em Minas Gerais, Cunha aposta em uma estratégia semelhante à que marcou o início de sua carreira política: a atuação junto ao público evangélico. Ele vem estruturando uma rede de rádios gospel no Estado, com ao menos sete CNPJs ligados a ele e a familiares. Três emissoras já estão no ar, com o nome “Maravilha”, operando em Belo Horizonte, Guarani e Uberaba. Cunha participa da programação com leituras bíblicas.

Além da comunicação religiosa, o ex-presidente da Câmara tem ampliado sua presença em cultos evangélicos e conta com apoio de lideranças como o apóstolo Valdemiro Santiago. Outra frente de aproximação é o esporte: Cunha tornou-se patrocinador do Uberaba Sport Clube, que disputou a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro em 2025.

O agronegócio também integra a estratégia política. Cunha esteve na abertura da ExpoZebu, em Uberaba, evento que reuniu lideranças como o governador Romeu Zema (Novo) e o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Filiado ao Republicanos, partido com forte estrutura em Minas Gerais, Eduardo Cunha decidiu disputar o eleitorado mineiro para evitar concorrência direta com a filha no Rio de Janeiro. Ele, no entanto, ainda enfrenta restrições legais. Pela Lei da Ficha Limpa, Cunha permanece inelegível até 2027, prazo contado a partir do fim de seu mandato, em 2019.

Um projeto apresentado por Dani Cunha tenta alterar a contagem desse prazo, o que permitiria a candidatura do ex-deputado já em 2026. A proposta avançou no Congresso, mas teve trechos vetados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os vetos ainda podem ser analisados pelo Legislativo. Procurados pelo jornal O Tempo, Eduardo Cunha e Dani Cunha não responderam à reportagem. (ML)

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