Insistência de prefeito com parquímetros gera revolta

Truculência e desrespeito às determinações da Câmara Municipal. Frase sintetiza a revolta dos vereadores com a insistência do prefeito Anderson Adauto (PMDB) de instalar parquímetros na cidade, mesmo tendo a matéria sido rejeitada no plenário com doze votos contrários em 8 de março último. A notícia veiculada com exclusividade na edição de domingo do Jornal da Manhã suscitou severas críticas até da base governista.

Disse o prefeito ter recebido parecer da Secretaria de Trânsito externando que a PMU não necessita de autorização do Legislativo para implantar o sistema em caráter experimental. Aguardando manifestação da Procuradoria Geral do Município, Anderson Adauto confirmou a instalação de uma unidade próxima ao Mercado Municipal.

O parquímetro é uma modalidade de estacionamento eletrônico cujo controle se dá por meio de cartões previamente adquiridos ou por moedas inseridas na estrutura. O líder da oposição, Itamar Ribeiro (DEM), disse estar indignado com a postura do prefeito, que em cinco anos teve apenas dois projetos rejeitados, anunciar sua decisão através da imprensa. “Está passando por cima dos vereadores e, por esta razão, vamos apresentar um Projeto de Lei, de autoria dos 14 integrantes da Casa, proibindo o uso dos parquímetros na cidade”, disse o democrata, alicerçando sua afirmação nos prejuízos acarretados aos jovens do Probem, que serão alijados da prestação de serviço na Área Azul.

Itamar Ribeiro afirmou estar a atitude do prefeito no contrapé das regras, pois a Câmara é a responsável pela elaboração das leis e cabe ao Executivo cumpri-las sem afrontas.

Semelhante entendimento tem o peemedebista Tony Carlos, que na adolescência foi guarda mirim. Partiu do radialista a sugestão ao líder da oposição para elaborar o projeto. “Então, vamos tirar as dúvidas e aferir a importância do Legislativo”, disse.

O presidente da Câmara, Lourival dos Santos (PCdoB), afirmou que o prefeito irá “apanhar” muito devido à grande discordância com os vereadores. “Até a base aliada está contrária a ele, experiência realizada em outras cidades mostraram ser o sistema inviável, portanto, não queremos esta experiência aqui”, finalizou.

Anderson Adauto anunciou que pretende participar da plenária, hoje, defendendo os parâmetros estabelecidos para as multas no combate à dengue. As críticas à sua decisão serão praticamente inevitáveis, tendo em vista a manifestação contrária dos vereadores, à exceção do líder governista, Cléber Cabeludo (PMDB).