Danificada por temporal, UPA do Mirante está interditada desde novembro (Foto/Reprodução)
A poucos dias para a realização do aniversário de 203 anos de Uberaba, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) passou por um processo de mudança. O então titular da pasta, Sétimo Bóscolo deixou a SMS em meio a um processo de muita cobrança, especialmente em relação a reativação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro do Mirante. Paralelamente, se arrasta um processo para a contratação da nova gestora das UPAS, uma vez que o contrato atual, com a Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (Funepu) vence em 20 de junho. O processo licitatório ainda não foi lançado e o desafio nesse momento fica sob a responsabilidade de Beethoven Oliveira, secretário municipal de Governo, que agora também acumula a gestão da Saúde no município.
Em dezembro do ano passado, uma forte chuva com ventos e granizo atingiu Uberaba deixando estragos pela cidade. O maior transtorno foi a queda do telhado na UPA, do Parque do Mirante, que está interditada. Na época, pacientes foram transferidos para a UPA São Benedito e uma unidade provisória. Com os projetos concluídos, a Secretaria de Administração já minuta o edital de licitação da reforma da UPA do Mirante.
Outro desafio que cerca a administração municipal diz respeito ao custeio do Hospital Regional (HR) José de Alencar. Mais de 63% do valor são recursos federais destinados à manutenção do HR. A segunda maior fatia vem da Prefeitura local, responsável por mais de 31% do montante aplicado para manter a prestação de serviço na unidade. Os 6% restantes são divididos entre verba enviada pelo Estado e, também, repasses dos municípios da macrorregião Triângulo Sul.
Relatório apresentado no final do ano passado, na Câmara Municipal de Uberaba (CMU), revelou que o Hospital Regional atende também pacientes de outras cidades da região que ainda não participam diretamente do custeio. Na ocasião, foram registrados pacientes de Delta, Conceição das Alagoas e Pirajuba, que juntas encaminharam 191 pessoas para atendimento no HR em Uberaba no período de maio a agosto de 2022.
Na CMU, foi protocolcado um pedido para abertura da Comissão Especial de Inquérito (CEI), pelo vereador Paulo César Soares China (PMN), que quer uma investigação sobre o que foi feito pela atual gestão municipal quanto à dívida do Estado referente ao custeio do Hospital Regional.
Dados apresentados em audiência pública pela própria Secretaria Municipal de Saúde apontavam que mais de R$ 36 milhões deveriam ter sido repassados pelo governo mineiro para a manutenção do HR no período entre janeiro de 2020 a agosto de 2021, mas não há informação se o acerto foi feito.
Saúde mental. A prefeitura e o Instituto Maria Modesto reuniram-se esta semana para discutir medidas práticas de atendimentos à demanda reprimida de cerca de 4.000 pacientes na área de saúde mental. Ficou estabelecido prazo de 30 dias para conclusão do processo burocrático, que já se arrasta há dois anos na SMS.
Covid. O município assume um novo desafio, com a vacinação bivalente contra a Covid-19. O cronograma contemplará, nesta primeira fase, idosos acima dos 70 anos, residentes e trabalhadores de Instituições de Longa Permanência para Idoso, e imunocomprometidos acima dos 12 anos. A partir do dia 6 de março, serão vacinadas as pessoas acima de 60 anos.
Dados do site Uberaba contra Covid apontam que 267.440 uberabenses tomaram a primeira dose da vacina, número que superou a meta inicialmente prevista, em mais de 3%. Já a segunda dose não atingiu o 100% da meta, com 253.578 uberabenses vacinados. Somadas, todas as doses aplicadas em Uberaba, chegaram a 816.261.
Dengue. Em meio ao período de chuvas, o combate ao mosquito Ades Aegypti é mais um desafio a saúde em Uberaba. Dados da SMS apontam que, no ano passado, foram registrados em Uberaba 1.144 casos de dengue, com um óbito confirmado e três que estão sob investigação. O ano de 2022 foi o período em que mais pessoas morreram de dengue no Brasil neste século. De acordo com Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), 1.016 pessoas faleceram no ano passado em decorrência da doença – ainda existem 109 mortes em investigação. O número é o maior deste século e só fica atrás dos registros da década de 1980, quando a dengue se tornou uma epidemia no Brasil pela primeira vez. No ano passado, foram mais de 1,4 milhão de casos prováveis, um aumento de 162,5% na comparação com 2021.