DEMISSÃO NO GSI

Ministro de Lula pede demissão após imagens dele com invasores no 8/01

Imagens sugerem que Gonçalves Dias indicava saída de emergência a bolsonaristas; GSI diz que atuação foi para reunir manifestantes para serem presos

O Tempo
Publicado em 19/04/2023 às 19:13
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Gonçalves Dias deixa governo por envolvimento no 8 de Janeiro  (Foto/Reprodução)

Gonçalves Dias deixa governo por envolvimento no 8 de Janeiro (Foto/Reprodução)

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, pediu demissão, nesta quarta-feira (19), após a divulgação de imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro mostrarem ele e outros integrantes do órgão junto a invasores da sede do governo federal. A informação foi confirmada em nota pela assessoria do Palácio do Planalto. 

"Tdos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI", disse o Planalto na nota. 

De acordo com a CNN, o até então ministro apareceu nas imagens registradas às 16h29. Ele aparece primeiro sozinho, no terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete poresidencial. Depois, tenta abrir duas portas e entra no gabinete. Na sequência, ele aparece de novo no mesmo corredor, com alguns invasores. As imagens sugerem que ele estava indicando a saída de emergência ao grupo. Outros integrantes do GSI fazem o mesmo e chegam a conversar e cumprimentar os bolsonaristas.

Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional afirmou que "as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos".

O general Gonçalves Dias foi confirmado como ministro por Lula em dezembro de 2022. Homem de confiança do petista, ele coordenou a segurança do presidente em seus dois primeiros mandatos.

Leia íntegra da nota do Planalto:

"A violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foram afastados nos dias subsequentes ao episódio.

As imagens do dia 8 de janeiro estão em poder da Polícia Federal, que tem desde então investigado e realizado prisões de acordo com ordens judiciais.

No dia 17 de fevereiro, a Polícia Federal pediu autorização para investigar militares e, a partir do dia 27 de fevereiro, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), tem realizado tais investigações, inclusive com a realização de prisões.

Dessa forma, todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI.

O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio.

E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.

A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro.

Secretaria de Comunicação Social"

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