O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu transferir para o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (29), parte do inquérito que apura a tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto de Brasília, na véspera do Natal de 2022. O artefato só não foi acionado por causa de um erro técnico dos envolvidos.
Na decisão, o ministro afirma que o caso tem ligação com outros configurados como crimes contra o Estado Democrático de Direito e que também estão sob o guarda-chuva do STF. Entre eles, estão os inquéritos sobre as manifestações em 7 de setembro de 2021 e o vandalismo em Brasília no dia da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em dezembro de 2022.
Outra parte da investigação tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, que julgou os três acusados. George Washington foi condenado a 9 anos e 8 meses de prisão pelos crimes de incêndio e de expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio. Ele ainda responde por porte ilegal de arma de fogo.
Já Alan Diego terá de cumprir 5 anos de detenção, enquanto Wellington Macedo foi condenado a 6 anos de prisão, processo que ainda tramita na segunda instância.
O artefato teria sido acoplado em um caminhão tanque que transportava 60 mil litros de querosene de aviação. As investigações da Polícia Federal (PF) mostraram que o veículo iria entrar na área do terminal, o terceiro mais movimentado do país.
O explosivo foi retirado pelo esquadrão antibombas. Mas, a investigação mostrou que uma tragédia apenas não ocorreu porque o detonador falou. O motivo para tal ato era a insatisfação com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2023.
A PF identificou que o plano foi arquitetado por Wellington Macedo de Souza, George Washington de Oliveira Souza e Alan Diego dos Santos Rodrigues. Para mudar o resultado das urnas, queriam instaurar um momento de caos para resultar em estado de sítio no país.
O primeiro a confessar o envolvimento na tentativa de atentado terrorista foi o empresário paraense George Washington, 54, foi preso e confessou ser o responsável pela confecção do artefato explosivo. Ele teria vindo do Pará para participar dos atos contra o resultado da eleição na frente do QG do Exército.
Ele foi o primeiro preso e condenado pelo ato. E, em seus depoimentos, não demonstrou arrependimento. Disse que o objetivo era aguardar as Forças Armadas tomarem frente do país e “pegar em armas e derrubar o comunismo”.
Segundo a ser preso, Alan Diego contou que o plano inicial de George era deixar a bomba na área de embarque do aeroporto: o check-in. No entanto, disse, aos investigadores, que não “achou correto”. Por isso, improvisou e colocou o artefato no paralama traseiro de um caminhão-tanque, entre 3h e 4h de 24 de dezembro de 2022.
Fonte: O Tempo