Nésio Fernandes ressalta que é evangélico mas que sabe "diferenciar o que é uma agenda de saúde pública e uma agenda da fé de cada um"
Nésio Fernandes foi presidente do Conselho Nacional de Saúde (Foto/Tati Beling/Arquivo Ales)
O novo secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes, defendeu o aborto legal – já previsto em lei, como em caso de estupro – no Sistema Único de Saúde (SUS) e disse que irá revogar todos os documentos que tragam posições que, segundo ele, forem “retrógradas” e “ultrapassadas”.
“Eu sou uma pessoa evangélica. No entanto, sei diferenciar o que é uma agenda de saúde pública e uma agenda da fé de cada um. Negar o acesso ao aborto nas condições previstas em lei é submeter essas vítimas de violência a outras violências. […] Toda e qualquer produção de nota técnica, portaria ou instrumento normativo que existir no Ministério da Saúde legitimando posições retrógradas e que não garantem direitos serão revogadas, sem dúvida alguma”, afirmou o titular da secretaria, que é vinculada ao Ministério da Saúde, em entrevista ao portal G1.
Ainda durante a entrevista Fernandes afimrou que elevar as coberturas vacinais no país é uma das prioridades da nova gestão.“O grau de hesitação vacinal que está presente hoje na população não tem paralelo na história recente do país. Grupos antivacina foram acolhidos pelo governo federal. Grande parte da população acabou seguindo essas teses legitimadas pela instituição, pelo Ministério da Saúde.”
Secretário também defende novo Mais Médicos
Nésio Fernandes também falou sobre retomar o Mais Médicos com brasileiros e estrangeiros. “É possível adotar uma estratégia única de provimento de médicos unificando o Médicos pelo Brasil e o programa Mais Médicos. Vamos retomar um grande movimento para garantir médicos em todos os municípios brasileiros. […] Entre os estrangeiros, podem ser cubanos que ficaram no Brasil ou médicos de qualquer país do mundo que entrem nos critérios da legislação que permitem a participação no Mais Médicos.”
Ex-secretário de saúde de Palmas (TO) e do Espírito Santo, Nésio renunciou ao cargo de presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para fazer parte da equipe da nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, composta por oito secretarias.
Fonte: O TEMPO