Na sexta-feira, quando foi decidida a medida de suspender as operações, eram quase 100 pacientes em Uberaba e região à espera de vagas para internações em hospitais
Alto número de pacientes aguardando vagas em hospitais resultou na decisão de suspender temporariamente as cirurgias eletivas na rede pública. Durante sabatina na Câmara Municipal nesta segunda-feira, integrantes da equipe gestora das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) revelaram que quase 100 pessoas estavam à espera de internação hospitalar na última sexta-feira (12).
Ressaltando que participou da reunião com os representantes da Secretaria Municipal de Saúde no fim da semana, o médico Raelson Batista relatou que a informação repassada é que havia 45 pacientes na região esperando a liberação de leitos clínicos em Uberaba para a transferência e ainda 56 pessoas nas UPAs aguardando vagas em hospitais. “Temos um volume de pacientes graves, críticos, precisando de internação hospitalar e que já estão nas Upas e unidades saúde dos municípios vizinhos”, posicionou.
Raelson ainda informou que a Secretaria de Saúde fez consulta aos hospitais da rede particular e todos estavam também com taxas de ocupação acima de 90%, não havendo possibilidade da Prefeitura contratar leitos em estabelecimentos privados para suprir a demanda.
Conforme o profissional, os pacientes aguardando a vaga para tratamento hospitalar não poderiam esperar a realização das cirurgias eletivas programadas devido ao risco de agravamento do quadro clínico e complicações. Por isso, a Secretaria de Saúde decidiu por suspender os procedimentos eletivos para liberar leitos e viabilizar o atendimento.
Raelson também argumentou que ainda não foi possível identificar a razão do crescimento dos pacientes nas UPAs e nos municípios da região que estão precisando da internação hospitalar. Especificamente em relação às UPAs, a equipe da entidade gestora afirmou aos vereadores que não foi verificado um perfil específico no quadro clínico e não foi observada predominância de casos de dengue ou síndromes respiratórias.
Quanto à abertura de mais leitos, Raelson argumentou que a medida não deve ser discutida antes de confirmar se existe realmente uma falta crônica ou apenas uma situação sazonal. De acordo com ele, é preciso um estudo mais aprofundado porque posteriormente a manutenção dos leitos é complexa.