A polêmica envolvendo a cadeira que ficará vaga na Câmara de Uberaba com a renúncia de Antônio dos Reis Gonçalves, o Lerin (PSB) – que assume hoje seu mandato de deputado estadual – não se resume simplesmente ao nome de quem ficará no seu lugar. Em que pese a súmula do Supremo Tribunal Federal dando conta de que a vaga é do partido, se a Casa entender que Francisco de Assis Barbosa, o Chiquinho da Zoonoses, primeiro suplente da coligação, deve tomar posse, o PR verá sua bancada chegar a três integrantes – atualmente a legenda é representada por Almir Silva e Samuel Pereira.
Ou seja, também está em jogo a distribuição de forças na Câmara, pois se a sigla emplacar a cadeira, iguala-se ao PMDB de Antônio Carlos Silva Nunes, o Tony Carlos, de Marcelo Machado Borges, o Borjão, e de Cleber Humberto Souza Ramos, o Cleber Cabeludo. Os dois partidos dão sustentação ao Governo do peemedebista Anderson Adauto, mas se o PR vir sua bancada crescer, crescerá também seu poder de negociação no Legislativo e obviamente junto ao prefeito.
Entre os cinco vereadores, três já não fazem segredo que têm o desejo de administrar Uberaba: Tony e Borjão, mas ambos mantêm uma relação de amor e ódio com AA, e Almir Silva, que deixou de sair candidato a deputado estadual no ano passado com a promessa de ter o apoio do grupo para pleitear a PMU em 2012. O PR não tem poupado esforços para emplacar Chiquinho na Câmara, que teve 2.635 votos, enquanto que José Antônio Fernandes Cardoso, do PSB, recebeu apenas 341, mas pode ficar com a vaga se a Câmara seguir a súmula do Supremo.
O deputado federal reeleito Aelton Freiras, do PR, taxou de aberração caso seu correligionário perca a vaga e diz que essas situações ocorrem porque “onde o Legislativo não age, a Justiça se posiciona”. Ele revela que está acompanhando a situação de perto e que inclusive disponibilizou advogado para garantir a posse de Chiquinho. Já o presidente da legenda em Uberaba, Antônio Sebastião de Oliveira, o Toninho, admite que com mais um representante o partido será fortalecido.
Em se confirmando o nome de Cardoso, não haverá mudança na composição de forças na Câmara, e para o PSB, o resultado não poderia ser melhor, pois o partido mantém sua representação. No total, onze siglas têm assento na Casa – a exceção do PR e do PMDB, as demais têm apenas um vereador – PTB, DEM, PSDB, PDT, PMN, PT, PP e PCdoB.