Na tentativa de eliminar polêmica sobre contaminação da área reservada ao Hospital Regional, Prefeitura contratou especialista para emitir parecer técnico sobre o assunto. Quem será responsável pela avaliação é o geólogo Léziro Marques Silva, que já esteve ontem com equipe da Secretaria Municipal de Planejamento em campo para verificação inicial da área.
Numa análise preliminar, o especialista descartou problemas por contaminação por causa do cemitério ou do posto de gasolina. De acordo com ele, em visita rápida constatou-se, do ponto de vista geomorfológico, que o cemitério e o hospital estão em vertentes separadas e independentes. Segundo o técnico, o lençol subterrâneo do cemitério não interfere na água que escorre no subsolo do HR. Ele completa ainda que o posto de gasolina está abaixo da futura clínica e os possíveis resíduos seriam levados sem contato a área do hospital.
Além disso, Léziro destaca que na observação inicial constatou que as construções do cemitério São João Batista tem condições de reter o escape de resíduos. A composição do subsolo também foi ressaltada. “O chamado solo vermelho, terra roxa, é derivado da decomposição de basalto, que tem permeabilidade e velocidade de escoamento pequena. Então, o necrochorume, mesmo que escape do jazigo, tem tempo de secar e ficar retido. Não vai para o lençol freático”, pondera.
Segundo o geólogo, a característica da região permite até construir um poço artesiano no cemitério sem risco de comprometer a água. Portanto, não há nenhum problema em abrir o poço no hospital, caso haja necessidade de uma expansão. Já descartando a contaminação na avaliação preliminar, o especialista informa que entregará o diagnóstico completo da análise hidrogeossanitária em 20 dias para a PMU, com toda argumentação a favor ou contra a implantação do hospital na área.
Formado há 43 anos em Geologia pela Universidade de São Paulo (USP), Léziro conduz pesquisa em 970 cemitérios brasileiros e outros 180 no exterior desde 1970. Foi este levantamento que apontou a questão do necrochorume. O técnico também participou da elaboração da primeira norma referente ao funcionamento de cemitérios, que ainda está em vigor.