POSICIONAMENTO

Promotor eleitoral diz que União Brasil não fraudou cota de gênero

Defesa de candidata denunciada como fictícia foi acatada pelo Ministério Público, que entendeu que foram comprovados os problemas de saúde dela

Gisele Barcelos
Publicado em 18/02/2025 às 16:20Atualizado em 19/02/2025 às 12:25
Compartilhar

Ministério Público Eleitoral aponta que o União Brasil não teve intenção de prática de fraude à cota de gênero e se posiciona pela improcedência das acusações contra o partido. O posicionamento da Promotoria segue para análise do juiz José Paulino de Freitas para a decisão sobre o caso.

Em parecer emitido na ação de investigação eleitoral, o promotor Fábio Roberto Machado acatou os argumentos da defesa, feita pelo advogado Rodrigo Souto, e manifestou que as provas apresentadas evidenciam que a candidata a vereadora Kilvia da Silva tinha a pretensão de concorrer ao pleito, mas foi impedida de realizar atos de campanha por questões de saúde mental.

Ainda segundo a Promotoria, a candidata ressaltou no depoimento que a iniciativa de participar das eleições partiu dela para representar a categoria dos policiais penais.

O representante do Ministério Público apontou ainda que as provas demonstraram que a candidata era conhecida militante política no município e frequentava as reuniões partidárias, já tendo até disputado cadeira na Câmara Municipal em 2020. “Nas eleições de 2024, foi a própria candidata quem expressou sua vontade em concorrer ao pleito novamente. E como já havia participado ativamente da eleição passada, logrando 37 votos, resta natural a atitude do partido em aprovar sua candidatura em convenção”, continua o parecer.

No documento, o promotor posicionou que as questões de saúde mental foram devidamente comprovadas no processo e ponderou que a candidata admitiu não ter comunicado o diagnóstico às lideranças do União Brasil. “Ela declarou não ter informado o partido acerca de sua enfermidade mental, acreditando, a cada novo dia, que se restabeleceria para continuidade da campanha. Assim, não há como imputar-se qualquer responsabilidade ao partido, vez que sequer tomou conhecimento sobre a situação de saúde de Kilvia”, continua o texto.

O parecer do Ministério Público argumentou também que foram apresentadas conversas nas redes sociais que comprovam que a candidata enviou o material de campanha a diversas pessoas, em busca de votos, o que comprova a intenção de participar do pleito mesmo com a publicidade discreta.

Quanto à votação baixa nas urnas, a Promotoria posicionou que a situação estava fora do controle da candidata. “O simples fato de a requerida ter obtido um número ínfimo de votos, por si só, não levam a presunções automáticas de fraude ou candidatura fictícia, vez que o candidato não pode prever nem controlar o voto do eleitor. O que deve ser analisado é a intenção do candidato em efetivamente disputar o pleito, intenção esta que resta sobejamente demonstrada nos autos”, destacou o representante do Ministério Público.

Desta forma, o entendimento da Promotoria é pela improcedência das acusações contra o União Brasil e rejeição do pedido de cassação da chapa do partido, que elegeu dois representantes para a nova legislatura: Baltazar Silvério dos Reis e Luciene Fachinelli.

A ação contra o União Brasil foi movida pelo Podemos, que acusou a sigla adversária de apresentar candidatura fictícia para burlar a cota de gênero porque a candidata teve apenas dois votos na eleição do ano passado.

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por