BRIGA INTERNA

Racha no PT: presidente do Diretório Municipal acusa Patrícia Melo de tentativa de golpe

Gisele Barcelos
Publicado em 21/07/2023 às 15:46Atualizado em 21/07/2023 às 15:46
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Germano Fernandes e Patrícia Melo (Foto/Arquivo JM)

Postagem nas redes sociais indica possível racha no PT Uberaba. Em mensagem compartilhada com filiados, o atual presidente da sigla, Germano Fernandes, acusou a ex-candidata a prefeita, Patrícia Melo, de tentar uma intervenção estadual para a troca do comando do partido na cidade.

Eleita em 2020, a atual direção do PT em Uberaba tem mandato válido até novembro deste ano. Por isso, discussões internas estavam sendo feitas para definir se um novo processo eletivo interno seria realizado agora ou apenas haveria a prorrogação da validade do comando.

Em entrevista à Rádio JM, o presidente do PT Uberaba manifestou que um diálogo foi aberto com todas as correntes internas do partido e em reunião realizada há um mês houve um acordo entre todos os grupos para que fosse mantida a atual direção, que já vem conduzindo as articulações para a eleição municipal de 2024. "Decidimos pela unidade para chegar em 2024 com mais força ainda", acrescentou.

Apesar do consenso, Germano argumentou que foi surpreendido na noite de ontem com a informação de que um pedido foi encaminhado à direção estadual do partido para a realização de eleição interna em Uberaba este ano. Segundo o líder municipal do PT, a solicitação foi feita por um filiado que pertence ao grupo da ex-candidata a prefeita. "A pessoa até estava presente à reunião onde fechamos o acordo [para não ter eleição interna agora]. Então, a solicitação feita ao diretório estadual foi uma punhalada para a gente. Em hora nenhuma a gente foi avisado. Achamos uma sacanagem. Foi meio desonesto da parte deles", disse.

Na mensagem compartilhada nas redes sociais, Germano ainda manifestou ser contrário às eleições internas para escolha da nova direção, mas defendeu que o momento não seria adequado devido às costuras já em andamento com vistas a 2024. "Um processo de escolha e posse de novos dirigentes iria atrasar nossas tratativas, dentro do Partido e, principalmente, no âmbito da Federação que compomos com o PCdoB e o PV, retardando a construção de candidaturas e toda a organização da campanha para o ano que vem. E o que é mais negativo, promoveria disputa entre militantes, quando deveríamos estar de mãos dadas para garantir a eleição de companheiros à Câmara Municipal", continua o texto.

Dentro da federação, o nome mais cotado para uma eventual candidatura majoritária no ano que vem não seria o da petista Patrícia Melo. Por enquanto, a aposta para encabeçar a disputa do Executivo em 2024 seria o ex-prefeito Anderson Adauto, atualmente filiado ao PCdoB.

Ainda na mensagem compartilhada com filiados, Germano acusa Patrícia de tentar passar por cima da atual direção municipal do PT em defesa de um projeto pessoal com vistas ao próximo pleito. "Quando interesses particulares, como os de Patrícia Melo e seu grupo, atropelam os interesses maiores do PT e, por extensão, da população a ser beneficiada pelas políticas sociais petistas, todos, sem exceção, saem perdendo", finaliza o texto.

Rebatendo as acusações de tentativa de golpe, Patrícia declarou que as próprias regras do partido permitem que qualquer filiado apresente recurso para solicitar a realização de eleição interna. "Isso é legítimo e democrático", disse.

Apesar de admitir que apresentou o pedido para a realização do processo de eleição interna este ano, Patrícia defende que não houve um pedido de intervenção estadual em Uberaba porque apenas foi colocada em análise a possibilidade dos filiados votarem para escolha do novo comando. Além disso, ela argumentou que o pleito não foi uma decisão individual: "O pedido chegou com assinatura de vários filiados. Não era um pedido da Patrícia Melo. Foi um grupo que pediu o direito de votar na direção".

Integrante da direção estadual, Patrícia salientou que a questão de Uberaba foi discutida junto com os pedidos de outras cidades em reunião ontem. No caso local, ela posicionou que a decisão foi não realizar o processo de eleição interna agora. Com isso, o atual comando deve ser estendido. "Chegou no consenso que aqui não teria a votação e que teria que caminhar no sentido de um acordo. Eu acatei como boa dirigente que eu sou", disse, acrescentando não acreditar que o desgaste com a liderança local do PT poderá prejudicar a participação no pleito do ano que vem.

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