Apontada como prioridade na agenda da presidente Dilma Rousseff (PT), a reforma política conta, agora, com o apoio de boa parte dos parlamentares que formarão o novo Congresso a partir de fevereiro e pode, finalmente, sair do papel. Pelo menos é o que sinalizam os 340 deputados federais e senadores (novatos e reeleitos) que atenderam à pesquisa realizada pelo Instituto FSB entre 6 e 17 de dezembro do ano passado – este universo corresponde a 57% dos representantes com assento na Câmara e no Senado.
A sintonia entre as prioridades eleitas por Dilma e as escolhidas pelos parlamentares aparecem claramente no levantamento, já que de forma espontânea 66% deles estabeleceram a reforma política como tema para ser votado no primeiro semestre. Índice salta para 87% na pesquisa estimulada, que também aponta como prioritária para o período – segundo 78% dos deputados e senadores entrevistados, a votação da reforma tributária, outra meta da agenda da presidente.
Em seguida vem o Código Florestal, com 20% da preferência, a reforma previdenciária (7%), a regulação da imprensa (4%) e a união civil entre pessoas do mesmo sexo (2%).
O Instituto FSB faz o levantamento dos hábitos e preferências dos congressistas desde 2008 e agora agregou o que eles pretendem priorizar na agenda legislativa para este ano. Foram entrevistados 307 deputados federais (181 reeleitos e 126 novos) e 33 Senadores (cinco reeleitos, 16 novatos e 12 com mandato até 2015). A amostra é proporcional a todas as unidades da Federação. Foram ouvidos representantes dos 21 partidos que possuem assento no Congresso Nacional.
Nada menos do que 56% dos deputados federais entrevistados são contra a criação da Contribuição Social Sobre a Saúde (CSS) – que na prática significa ressuscitar a CPMF –, mesma opinião de 52% dos senadores. Já 71% dos ocupantes de uma cadeira na Câmara são favoráveis à redução da carga tributária nacional, 18% acham que ela deve ser mantida e 2% elevada. No Senado, 70% defenderam menos impostos e 21% querem a manutenção do sistema como é hoje. A pesquisa do Instituto FSB tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais, num intervalo de confiança de 95%.