URGÊNCIAS

Saúde suspende cirurgias eletivas para liberar leitos às urgências

Medida foi adotada após reunião com prestadores das redes pública e privada em virtude do aumento exponencial da demanda no pronto atendimento; gestão do Hospital de Clínicas se posicionou contra

Da Redação
Publicado em 13/04/2024 às 18:50Atualizado em 15/04/2024 às 07:54
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As cirurgias eletivas estarão suspensas na rede pública pelo período de 10 dias, mas prazo pode ser ampliado e atingir, também, a rede privada (Foto/Reprodução/Ilustrativa)

Para garantir assistência aos casos de urgência e emergência, incluindo os 26 municípios da região Triângulo Sul, a Secretaria Municipal de Saúde suspenderá as cirurgias eletivas na rede pública pelo período de dez dias, a partir desta segunda-feira (15). A medida, comunicada por meio de nota da Assessoria de Imprensa da Prefeitura, não inclui as cirurgias oncológicas, cardíacas e obstétricas. A decisão se deu após reunião com a participação dos prestadores de serviços das redes pública e privada e representantes do Conselho Municipal de Saúde. O Hospital de Clínicas divulgou nota em que diz ter se posicionado contra a medida, enquanto o Conselho acompanha o andamento da situação.

A suspensão das cirurgias eletivas se deve à alta demanda por leitos hospitalares. Sendo assim, ocasiona escassez de leitos para atendimento de pacientes de urgência e emergência.

A rede privada ficará sob acompanhamento da SMS, podendo, a qualquer momento, se necessário, também ter as cirurgias eletivas suspensas.

As unidades hospitalares que atendem pelo SUS foram notificadas oficialmente da decisão, ainda na sexta-feira. Decreto sobre a suspensão será publicado na próxima edição do Porta-Voz, de 15 de abril.

Uma reavaliação sobre a ocupação de leitos será feita na próxima semana, sendo que o prazo de suspensão das cirurgias eletivas pode ser revisto a qualquer momento, mediante melhora do cenário de disponibilidade de leitos.

A Superintendência do Hospital de Clínicas da UFTM emitiu nota nesse sábado, informando sobre a suspensão das cirurgias eletivas e destacou que a medida se deu por “decisão impositiva da Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba, usando a prerrogativa de ser gestão plena”. A nota enfatiza ainda que “a gestão do HC-UFTM se posicionou contrária à decisão, ressaltando o grande impacto negativo na redução das filas cirúrgicas e no ensino dos alunos e residentes, apontando outras alternativas que não foram consideradas pela SMS. Os pacientes afetados pela medida deverão ser informados de que a decisão partiu exclusivamente da Secretaria Municipal de Uberaba e o fato, registrado no prontuário”, conclui o comunicado.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Cezar Willian Ribeiro, também divulgou, por meio de redes sociais, que o colegiado, presentado por ele e pela 1ª secretária, acompanhou reunião na sexta-feira (12) para tratar das questões relacionadas à falta de leito para atendimento das urgências e emergências em virtude de superlotação.

“Os representantes do CMS acompanharam atentamente o posicionamento de todos os técnicos, podendo compreender até então que essa alta da ocupação se trata de um momento atípico e fora do quadro histórico referentes a períodos de sazonalidade; sendo assim, não tem ligação com nenhuma patologia específica e nem a nível viral, e sim um acúmulo inesperado de ocorrências variadas, que gerou essa situação de emergência na estrutura de saúde do município”, diz a nota.

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