Servidor sugere a vereador que os cortes iniciem no próprio salário

Medidas tomadas pela Câmara de Vereadores para conter despesas recebem críticas da população. Por outro lado, líder do prefeito, vereador Cléber Cabeludo (PMDB) afirma que parlamentares tinham conhecimento sobre a redução no valor do tíquete-alimentação concedido aos servidores da CMU.

Ao participar de programa da Rádio JM, Cleber Cabeludo explicou que redução no valor do tíquete-refeição foi discutida em reunião realizada pela mesa diretora no mês de dezembro. “A presidência explicou aos vereadores que teria que reduzir em todos os níveis, inclusive no benefício, para evitar um número maior de demissões do que o previsto” salientou.

Sobre a falta de conhecimento por parte dos servidores em relação à redução no valor do benefício, o vereador informou que o presidente Lourival dos Santos (PCdoB) havia garantido que eles seriam avisados das ações a serem tomadas. Cleber lembrou que a administração da CMU fará mudanças na sua estrutura organizacional reduzindo salários, cargos, material repassado aos gabinetes e cota de telefones, de acordo com o duodécimo a ser repassado. A verba sofreu redução de aproximadamente 30% e até viagens dos vereadores deverão sofrer corte. Cléber informou que elas serão reduzidas em 50%.

Sobre aprovação do Projeto de Resolução que estabelece o novo valor do tíquete, o líder do prefeito garante que se a proposta não for aceita pelos parlamentares, outros servidores poderão ser demitidos.

Um servidor da Câmara que se identificou apenas como Sérgio, também participou do programa Ronda da Cidade e por telefone rebateu os argumentos do vereador. Para ele, os cortes deveriam começar pelo salário dos parlamentares, além de reduzir também os funcionários de gabinetes. “Isso é uma demonstração de que eles não têm respeito nenhum com os trabalhadores da Câmara”, observou o servidor. “Eles [vereadores], poderiam pegar o exemplo e cortar na própria carne. Assim conseguiriam manter o quadro da Câmara e fazer com maior dignidade esta prestação de serviço ridícula que eles fazem à população de Uberaba”, concluiu.