Sala de aula (Foto/Reprodução)
Tribunal de Contas do Estado (TCE) está fazendo um levantamento para identificar os municípios mineiros que não cumprem a lei do piso nacional do magistério. A informação foi revelada pelo conselheiro do TCE, Claudio Terrão, durante audiência pública ontem na Assembleia Legislativa para tratar sobre o tema.
Na reunião, o representante do TCE adiantou que um levantamento prévio feito com base no ano de 2022 apontava que 87% dos municípios mineiros não cumpriam o piso nacional do magistério. “Para nossa surpresa, há um indício de um número expressivo de descumprimento desses índices no Estado de Minas Gerais, em que 743 [prefeituras] não estariam cumprindo integralmente o piso nacional de Educação”, disse sem especificar a lista de cidades, reforçando que o trabalho ainda é incipiente e preliminar.
O conselheiro ainda posicionou que o Tribunal de Contas defende que o governo de Minas deve cumprir o piso, mesmo que tenha estourado o limite com gastos de pessoal. Segundo ele, o mesmo entendimento também vale para os municípios mineiros. “Esse estouro dos limites impostos pela LRF não pode servir de justificativa para a não implementação do piso, que teria uma prioridade constitucional”, manifestou, argumentando que até durante as restrições impostas no período de pandemia houve entendimento da Corte de que o piso nacional dos professores precisava ser cumprido.
Além disso, Terrão declarou que o entendimento do TCE é que o piso de R$4.420,55 é referente à jornada de 40 horas semanais, mas isso não impede que seja oferecido algo mais vantajoso para os professores.
Participando da audiência na Assembleia, a deputada federal Luciene Cavalcante (Psol-SP), que faz parte de um grupo de trabalho no Congresso para acompanhar a implementação do piso nacional, manifestou que o município vai pedir complementação ao Ministério da Educação para pagar o piso à categoria. Segundo ela, apenas é necessário que apresentar comprovação de que não há recursos disponíveis para cobrir a despesa.
A parlamentar informou que grupo também está realizando um diagnóstico sobre os estados e as cidades que não pagam o piso nacional, sendo o primeiro passo oficiar tribunais de contas estaduais para verificar se há informações sobre o cumprimento do piso pelos entes federativos. Em seguida, são acionados os municípios e estados denunciados para solicitar esclarecimentos sobre o não cumprimento da lei e dando prazo para regularização.