Lideranças do DEM em Uberaba apoiam prisão do governador do Distrito Federal, José Alberto Arruda (ex-DEM), mas esperam que a iniciativa não seja isolada. A prisão preventiva do político foi decretada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) por causa do esquema de corrupção no governo. Arruda se entregou à Polícia Federal na quinta-feira e continua preso, pois teve pedido de habeas corpus negado.
Afirmando que a prisão é justa, o presidente local do DEM, Antonio Alberto Stacciarini, declara que o mesmo deveria ser feito com todos os políticos corruptos. “Estão acordando tarde. O país precisa de moralidade. Mas ainda tem outros mensalões, outros crimes, e o julgamento está correndo frouxo. Não pode ser dois pesos, duas medidas”, cobra.
Stacciarini lembra que o partido se mobilizou para apurar as denúncias contra Arruda, e se o governador não tivesse pedido para sair antes, o DEM o teria expulsado da legenda. “Outros partidos deveriam tomar como exemplo”, disse, argumentando que a intitulação do caso como mensalão do DEM é uma estratégia do governo para tentar enfraquecer o partido nas próximas eleições.
Somando ao coro dos aliados, o deputado federal Marcos Montes acredita que a prisão de Arruda seja um bom sinal para a política brasileira. MM, entretanto, também espera que o julgamento seja feito para todos os envolvidos em esquemas de corrupções, inclusive o prefeito Anderson Adauto (PMDB), que confessou a prática de caixa dois.
Para Montes, é suspeito ver o prefeito entregando chaves para Rei Momo e sorrindo para fotos no dia em que deveria ser julgada ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MG). “Quem for comprovadamente culpado, seja por meio de imagens, como o Arruda, ou por confissão, como o prefeito, deve se julgado com mais celeridade na Justiça. Como cidadãos não podemos ser ludibriados”, afirma.
Também o vereador Itamar Ribeiro de Rezende (DEM) reforça que Arruda não está mais nos quadros do partido. Segundo ele, a cadeia deveria ser o destino de todos os políticos que praticam corrupção, independente da bandeira partidária. Para Itamar, a decisão pode ser um prenúncio de menos impunidade. E alfineta: “Até em Uberaba devia prender algum político corrupto também”.
Ele salienta que o escândalo prejudicou a imagem do partido. Entretanto, defende que o grupo se posicionou contra os crimes, enquanto em situação semelhante outras legendas protegeram os acusados.