Câmara Municipal de Uberaba (CMU) aprecia nesta segunda-feira (7), na primeira sessão plenária de julho, o Projeto de Lei 0673/2025. A proposta determina que unidades de saúde credenciadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede privada ofereçam leito separado para mães de natimorto e mães que enfrentaram óbito fetal.
O projeto é de autoria dos vereadores Rochelle Gutierrez (PDT) e Tulio Micheli (PSDB). Na justificativa, os parlamentares destacam que a gravidez e o parto são momentos únicos na vida da mulher e de sua família, mas que eventos adversos podem resultar na perda do bebê, o que exige atenção especial das unidades de saúde. “Ao perder um bebê, a mãe enfrenta, além do luto e da dor, o despreparo estrutural das unidades de saúde, ao ficar internada no mesmo quarto que mães com seus bebês recém-nascidos”, afirmou Rochelle.
Dados do Departamento de Informática do SUS (DataSUS) mostram que, em 2023, foram registrados 2.339 óbitos fetais em Minas Gerais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o óbito fetal ocorre quando há morte do feto antes da expulsão ou extração completa do corpo materno, sem sinais vitais, como respiração, batimentos cardíacos ou movimento muscular.
Para Tulio Micheli, o projeto é uma medida necessária para reduzir o sofrimento dessas mães. “É dever do poder público criar políticas de atenção a essas mulheres enlutadas e evitar maiores danos psicológicos. O projeto busca garantir esse cuidado no município”, afirmou.
Os autores do projeto ressaltaram que a proposta não gera custos adicionais, pois prevê apenas a realocação das mães em quartos separados das demais pacientes.