Prefeitura assinou termo de convênio nesta terça-feira (24) com Sociedade Educacional Uberabense para gestão das UPA's, mas a nova entidade gestora só deve assumir efetivamente o serviço a partir de janeiro do ano que vem. Também não há mudança de imediato na equipe de atendimento das duas unidades.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Valdilene Rocha, a Funepu seguirá à frente da execução do contrato para prestação do serviço até janeiro e a equipe assistencial também segue a mesma por enquanto. Dentro desse período, a titular da pasta posicionou que o município, a fundação e a nova entidade gestora começam a transição administrativa. Com isso, as três partes terão reuniões para discutir a questão patrimonial e os detalhes para formação da equipe de profissionais.
"A Sociedade Educacional Uberabense terá dois meses para se programar e entender os processos. A instituição só assumirá a gestão após empenho e emissão de ordem de serviço", ressaltou.
O secretário adjunto de Saúde, Cecílio Souza Araújo Filho, também esclareceu que, durante essa fase, o pagamento pela execução do serviço nas UPA's continuará sendo feito apenas à Funepu.
"A Funepu está lá de fato prestando o serviço. São os servidores da fundação que estão fazendo o atendimento e continuarão recebendo normalmente. Na transição será definido o momento em que será feita a mudança efetiva e será igual uma troca de plantão de toda equipe. Tem que ter um planejamento para fazer um corte preciso para sentir o mínimo possível", afirmou.
O adjunto salientou que somente a partir da troca programada em janeiro é que os pagamentos passarão a ser feitos à Sociedade Educacional Uberabense.
"A universidade vai ter que se programar e preparar a contrataçao de profissionais. Todo esse trabalho ocorre às expensas da instituição. Quando entra a equipe nova, daquele ponto em diante começa o pagamento. A gente não pode fazer o pagamento sem a devida prestação de serviço", acrescentou.
Nova gestora deve abrir recrutamento para seleção de profissionais a partir de novembro e os atuais funcionários contratados pela Funepu poderão participar do processo se tiverem interesse em continuar atuando nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) após a transição.
Integrante da equipe técnica da Sociedade Educacional Uberabense (SEU), o médico Frederico Ramos explicou que a perspectiva é estar com os profissionais contratados até 15 dias antes do início das atividades porque a equipe passará por treinamento antes do início das atividades nas UPAs.
Como é necessário prazo para a análise de currículo e entrevistas com os candidatos, Ramos manifestou que a programação, inicialmente, é que o recrutamento de profissionais seja aberto no próximo mês devido ao volume alto de contratações necessárias para montar o quadro de pessoal das duas unidades.
“Vai depender muito da data em que a entidade vai assumir como gestora, mas temos estimativa que as seleções e entrevistas comecem na primeira quinzena de novembro. Mesmo que a contratação não seja imediata”, salientou.
O médico ainda reforçou que os atuais funcionários da Funepu podem participar do processo se tiverem interesse. “Não tem nenhuma restrição de contratação deles pela Sociedade Educacional Uberabense. A única coisa é que vão passar por processo seletivo. Se passarem, poderão ser contratados para continuar nos atendimentos dentro das UPAs”, alertou.
Após a assinatura do termo de convênio ontem, o médico também detalhou mudanças que devem ser implementadas pela nova entidade gestora a partir do momento em que assumir o comando das UPAs.
Como já havia antecipado ao Jornal da Manhã, Ramos citou que uma das propostas da nova gestora é mudar o trâmite do paciente ao dar entrada na UPA. Atualmente, a pessoa primeiramente realiza o cadastro e só depois passa por triagem para a classificação de risco do caso. A ideia é priorizar a classificação do paciente para determinar a prioridade do atendimento.
Além disso, o médico confirmou o projeto de implementação das cabines de teleatendimento para oferecer consultas a pacientes que não sejam casos de urgência e emergência. Segundo ele, após a Sociedade Educacional Uberabense assumir efetivamente a gestão no ano que vem, a projeção é que o serviço seja disponibilizado em cerca de seis meses.
Ramos explicou que o prazo é necessário porque não existe um modelo pronto e será preciso devolver, inclusive, o sistema para viabilizar o novo formato de atendimento, que visa resolver o gargalo de pessoas que procuram as UPAs para resolver casos ambulatoriais. Segundo ele, a estimativa é que cerca de 70% dos pacientes que se dirigem ao pronto atendimento poderiam ser tratados nas unidades básicas de saúde.