Para Simões, a renegociação do contrato com a Triunfo Concebra não seria interessante porque a empresa até hoje não executou as obras previstas na concessão desde 2015 (Foto/Arquivo)
Em visita a Uberaba nesta semana, o vice-governador Mateus Simões (Novo) defendeu a saída da Triunfo Concebra da concessão da BR-262 e a relicitação da rodovia para viabilizar a entrada de outra empresa na operação.
Até o momento, o governo federal parece estar trabalhando tanto a possibilidade de repactuar o contrato com a atual concessionária quanto o avanço do processo de relicitação. A Triunfo Concebra já manifestou interesse em permanecer com a concessão da BR-262, porém a medida não interrompeu automaticamente o processo para abertura de novo leilão e escolha de uma nova empresa.
Para Simões, a renegociação do contrato com a Triunfo Concebra não seria interessante porque a empresa até hoje não executou as obras previstas na concessão desde 2015. “Não há dúvida nenhuma que a Concebra é uma decepção para qualquer pessoa que passa por aquela rodovia. Sei o quanto custa uma rodovia malcuidada, como infelizmente a 262 continua sendo, mesmo depois da concessão. Da minha parte, a Concebra não precisa esperar nenhum tipo de leniência para a falta de serviços que eles vêm apresentando ao longo do tempo”, disse.
O vice-governador ainda ressaltou que o governo já optou pelo processo de relicitação tanto da BR-040 quanto da BR-381, que enfrentaram problemas com as concessionárias anteriores. Por isso, ele espera que o novo leilão também seja o caminho para solucionar a situação da BR-262. “Espero que nós não tenhamos de discutir uma renegociação do contrato com a Triunfo Concebra porque ela já demonstrou, ao longo dos anos, que é muito boa para cobrar pedágio, mas não tem condição de entregar efetivamente o que a gente espera dela [...] O que nós temos aqui é um descaso absoluto com o asfalto, de péssima qualidade”, acrescentou.
Apesar ser favorável à relicitação, Simões também questionou o modelo proposto para a nova concessão da BE-262. O projeto inicial não incluía a duplicação dos 430 quilômetros entre Uberaba e Betim. O vice-governador espera que, ao menos, a duplicação da pista até Araxá seja assegurada. “O governo federal precisa rever o modelo que propôs. Por que me dizer que não há fluxo para duplicação entre Araxá e Uberaba não rodou na rodovia e não sabe o que tá acontecendo”, declarou.
De acordo com Simões, o governo mineiro vai insistir na demanda quanto à duplicação da rodovia, mesmo que apenas parcialmente. “Não me conformo com a fala de que não cabe duplicação entre Araxá e Uberaba. Posso até entender que não haja duplicação no trecho da serra de Campos Altos e que tenham ali terceiras faixas, em que pese ser um dos pontos mais perigosos dessa estrada, mas é inconcebível que entre duas cidades grandes, como é o caso de Uberaba e Araxá, a gente não tenha a pista duplicada”, manifestou.