Os bastidores da política mineira começam a desenhar os primeiros traços mais nítidos da corrida ao Palácio Tiradentes em 2026. A pré-candidatura de Cleitinho Azevedo (Republicanos) ao governo de Minas Gerais vem ganhando forma, e uma peça que tradicionalmente cumpre papel secundário — a vice — assume protagonismo na composição da chapa. O nome que tem despontado com mais força é o do deputado federal Zé Vitor (PL), do Triângulo Mineiro.
A possível dobradinha entre Cleitinho e Zé Vitor tem lógica eleitoral. Enquanto o senador tem sólida base no Centro-Oeste e no Sul de Minas, o deputado federal é figura consolidada no Triângulo, onde foi reeleito com expressiva votação. Além disso, Zé Vitor tem bom trânsito entre o agronegócio, lideranças religiosas — principalmente católicas — e prefeitos de cidades de médio porte. A aliança, caso se concretize, ampliaria a capilaridade da campanha e fortaleceria o projeto em regiões estratégicas do estado.
Embora evite declarar qualquer movimentação pública, aliados de Zé Vitor reconhecem que ele está inserido no chamado “jogo grande” da política nacional. E não apenas como vice. Seu nome também aparece como potencial candidato ao Senado ou até para compor um eventual governo federal, caso a oposição volte ao poder e Tarcísio de Freitas dispute a presidência.
Escolher Zé Vitor para a vice não só garantiria um nome competitivo com base popular, como também poderia ajudar a consolidar o apoio do PL à candidatura de Cleitinho — o que ainda encontra certa resistência interna. A possível indicação também rearranjaria o xadrez político no Triângulo Mineiro, abrindo espaço para a reeleição da deputada Ana Paula Junqueira Leão (PP), esposa do prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão.
Fontes próximas ao Republicanos admitem que as articulações estão em andamento e que 2025 será o ano-chave para bater o martelo sobre a chapa. Cleitinho busca um vice que traga votos, estrutura e discurso afinado com sua linha política. E, pelos bastidores, Zé Vitor parece preencher todos esses requisitos.