O relatório mostra que os óbitos gerados por falhas em hospitais estão em um patamar próximo ao das mortes violentas
Erro médico, falhas assistenciais processuais e até infecções foram as principais causas de morte hospitalar em 2017, segundo o levantamento do 2º Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar, feito pelo Instituto de Pesquisa FELUMA (Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais) e pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).
Segundo a pesquisa, morreram seis pessoas a cada hora no Brasil em hospitais públicos e privados por eventos graves adversos. Desses óbitos, quatro poderiam ser evitados com a realização dos procedimentos corretos.
O documento aponta um cálculo com uma amostra de 456.396 pacientes internados em hospitais da rede pública e privada ao longo de 2017. E como os dados foram coletados em municípios de grande porte e com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) acima da média nacional, “é possível que os números nacionais sejam maiores do que os encontrados”, indica o documento.
Em 2017 foram registradas 54,76 mil mortes causadas pelos chamados eventos adversos graves; destas 36,17 mil poderiam ter sido evitadas. O relatório mostra que o Brasil registrou sete mortes violentas intencionais por hora, o que mostra que os óbitos gerados por falhas em hospitais estão em um patamar próximo ao das mortes violentas.
Os dados correspondem ao ano de 2017 e fazem parte do 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar, feito pelo Instituto de Pesquisa FELUMA (Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais) e pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).
Entre os eventos adversos graves captados com mais frequência estão infecção generalizada, pneumonia, infecção do trato urinário, infecção do sítio cirúrgico, complicações com acessos, dispositivos vasculares e outros dispositivos invasivos, lesões por pressão, erro no uso de medicamentos e complicações cirúrgicas, como hemorragia e laceração.
Segundo o estudo, cinco das principais causas morte não contam com algum programa de prevenção ou combate, seja no SUS ou na rede privada hospitalar. Estão na lista parada cardiorrespiratória prevenível, insuficiência renal aguda, aspiração pulmonar, hemorragia pós-operatória e insuficiência respiratória aguda.
Os eventos adversos consumiram R$ 10,6 bilhões do sistema privado de saúde, segundo o anuário. Já para o SUS não foi possível calcular o valor, por causa das variações de receita nos hospitais públicos.
Já em relação ao custo em leitos-dia, cada falha ou erro estendeu o período de internação em 14,4 dias, em média. Na rede privada foi de 10,5 dias, e no SUS de 16,4 dias.
Em 2017, foram utilizados 4,3 milhões de leitos-dia em função de eventos adversos, sendo 4,7 milhões em razão de eventos adversos graves.
*com informações Revista Gelileu