Estudos indicam que o número de alérgicos em todo o Globo é crescente, aproximadamente de 40%. No Brasil, a incidência de asma, por exemplo, pode chegar a 20% da população, estando entre os cinco países com maior incidência da doença em todas as faixas etárias no mundo. A rinite é a mais comum das alergias respiratórias, manifestando-se através de espirros e coriza, dor e sensação de pressão na região do rosto. Já a asma, por obstruir o fluxo de ar nas vias respiratórias, manifesta-se com tosse, chiado e falta de ar. As doenças mais frequentes da humanidade são as infecções das vias aéreas superiores, que englobam alergias, viroses e infecções bacterianas, responsáveis por um aumento de mais de 50% das consultas médicas de urgência neste período. Para o pneumologista Wilson Carneiro Silva Júnior, nesta época do ano existem fatores que aumentam a incidência dessas doenças. “Pessoas asmáticas podem permanecer sem sintomas a maior parte do ano, manifestando a doença apenas nesta época. Existe uma predisposição genética para a asma e diversos fatores, mais frequentes nesta estação, desencadeiam os sintomas”, observa. Entre os fatores estão a mudança climática, calor durante o dia e frio à noite e a baixa umidade relativa do ar, tendência da época. Além disso, as viroses, como a gripe, tornam-se mais frequentes nesta época e são responsáveis por aumentar a sensibilidade dos alérgicos aos demais fatores que desencadeiam a doença. Além disso, mudanças de hábitos, como frequentar ambientes mais fechados, contribuem para a disseminação da doença”, explica. O pneumologista lembra, ainda, que a maior exposição à fumaça de cigarro nesses ambientes é mais um motivo agravante. “Outra preocupação é a poluição atmosférica, comum em grandes centros, situação ainda não encontrada em nossa cidade”, completa. As doenças alérgicas não só causam grande sofrimento pessoal como também trazem grandes prejuízos à sociedade, já que são um dos principais motivos que levam às faltas no trabalho e nas escolas. Quando controladas, minimizam o seu potencial de fatalidade. Porém, é preciso tomar cuidados, inclusive com a superproteção das crianças. Evitar o contato com tudo o que pode estar relacionado com alguma doença também pode ser prejudicial. “Foi feito um trabalho na Inglaterra, há 5 anos, mostrando que as crianças de apartamento tinham muito mais asma que as outras”, afirma Wilson. Segundo ele, o ideal são os cuidados básicos. “O fato de a criança ser superprotegida e não ter contato com o meio ambiente aumenta significativamente o índice de alergias”, observa.