Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada em 2008 e 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou: mais de 90% dos brasileiros consomem menos frutas, legumes e verduras do que o recomendado pelo Ministério da Saúde. Outra revelação é que os alimentos mais comuns que compõem a mesa do brasileiro sã café, feijão, arroz, sucos, refrigerantes e carnes bovinas.
De acordo com o estudo do IBGE, “a ingestão de alguns componentes de uma dieta saudável, como arroz, feijão, peixe fresco e farinha de mandioca, diminui à medida que o rendimento familiar per capita aumenta”, ou seja, quanto melhor a renda familiar menor é a qualidade da alimentação. A nutricionista Danyela Gerolin Costa concorda com a afirmação do estudo, mas observa que há facilidade em adquirir produtos alimentícios industrializados cada vez mais diversificados, considerados não saudáveis.
Quando o assunto é alimentação saudável, a especialista dá algumas dicas, chamando a atenção especial para o consumo de mais peixes. “É excelente substituto da carne, sendo uma proteína de mais fácil digestão. É rico em proteínas, sais minerais, como cálcio, fósforo, iodo e cobalto, e vitaminas A, D e B, responsáveis pelo bom desenvolvimento do organismo”, afirma.
A nutricionista explica que os peixes possuem substâncias fundamentais para o nosso organismo, que são os ácidos graxos essenciais ou ômega-3.
“O ômega-3 é um óleo encontrado principalmente nos peixes procedentes de regiões frias. Existem evidências científicas que sugerem que a ingestão dele previne doenças crônicas, porque esse ácido graxo e seus subprodutos são reguladores metabólicos que tendem a reduzir inflamações, prevenir arritmias cardíacas, dilatar os vasos sanguíneos e diminui triglicerídeos séricos”, destaca Danyela.
Ou seja, em geral, os benefícios do ômega-3 aparecem no tratamento de doenças cardiovasculares, aterosclerose, alterações imunológicas, entre outros. “As evidências sugerem que o consumo de aproximadamente duas porções de peixe ou um bife médio por semana é benéfico à saúde”, frisa.
A nutricionista alerta, porém, que a maneira de preparar o peixe pode interferir na qualidade do ácido. O ideal é fazê-lo assado ou grelhado, e nunca frito.