SAÚDE

Alimentação incorreta de crianças e adolescentes nas escolas pode influenciar obesidade

Atualmente no Brasil, 9,4% das meninas e 12,7% dos meninos estão obesos

Publicado em 31/01/2019 às 14:11Atualizado em 17/12/2022 às 17:48
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O Brasil se prepara para receber cerca de 36 milhões alunos em suas escolas públicas e privadas em 2019, segundo o senso escolar do MEC, divulgado em 31 de janeiro deste ano. Nesse ambiente de aprendizado existe um risco eminente à saúde que acaba fugindo aos olhos dos professores e até mesmo dos pais: a alimentação dos alunos.

Especialistas alertam que bons hábitos alimentares em escolas são imprescindíveis para a educação alimentar e a saúde dos jovens. “Não adianta ter uma dieta balanceada em casa se a criança ou o adolescente chega na escola e acaba comendo alimentos calóricos. A fuga dessa rotina alimentar pode criar reservas de energia excessivas no organismo, acarretar o acúmulo de gordura e até mesmo causar obesidade”, alerta Dr. Henrique Eloy, médico clínico geral, especialista em cirurgia e endoscopia bariátrica e gastroenterologia.

Na maioria dos casos, as lanchonetes de escolas vendem alimentos embalados, processados, industrializados, refrigerantes e frituras. São exatamente esses os exemplos que devemos instruir as crianças a não consumirem. “Hoje no Brasil 9,4% das meninas e 12,7% dos meninos estão obesos. Boa parte dessa responsabilidade se refere a má alimentação nas escolas”, comenta Dr. Henrique.

Mas, o perigo não está apenas nos ambientes de ensino. Ele também pode vir de casa. “Muitas vezes, por causa da falta de tempo, os pais preferem o fast food nas lancheiras por ser mais prático, rápido e barato. Vejo também que para tentar satisfazer a vontade dos filhos, alguns pais acabam cedendo e colocando biscoitos recheados, sucos de caixinha, balas, doces e até mesmo sanduíches nas lancheiras, ao invés de frutas e alimentos naturais. Essas atitudes são abomináveis porque é um incentivo tremendo para o mau hábito alimentar”, alerta o médico.

São muitas orientações que podem contribuir para modificar esse quadro e revertê-lo de forma positiva. “Os pais precisam ficar em cima. É bom visitar a cantina da escola dos filhos para conhecer o cardápio, quem o prepara e quem serve os alimentos aos alunos. Uma outra dica envolver as crianças no preparo do lancheira e mostrar o porquê da escolha de determinado alimento. Seja sincero e incentive o filho a comer melhor”, orienta Dr. Henrique.

Enquanto isso, a escola também tem um papel indispensável. “A Instituição pode fornecer mais informações sobre como cultivar uma alimentação saudável e a importância disso. Pode trabalhar a alimentação no currículo escolar e ofertar maior esclarecimento do quê está sendo servido e os aditivos nutricionais desse alimente. E deve tentar compreender os hábitos alimentares dos alunos em casa para levantar as possíveis restrições alimentares e oferecer um cardápio que não os exclua”, orienta. “Sim, é trabalhoso! Mas ao tratar a saúde de crianças e adolescentes não podemos afrouxar”, conclui.

Obesidade preocupante

Segundo os dados mais recentes revelados pela Organização Mundial da Saúde, no último trimestre de 2017, eram cerca de 124 milhões de crianças e adolescentes acima do peso no mundo. Esse registro compreende a faixa etária entre 05 e 19 anos e para se ter ideia do quão catastrófico esses números são, na década de 70, o senso dessa população foi de 11 milhões. E, ainda segundo o relatório, se as tendências dos últimos anos continuarem, logo em 2022 haverá no mundo mais crianças e adolescentes com obesidade do que abaixo do peso.

“Uma criança ou um adolescente acima do peso dificilmente irá conseguir reverter essa situação na fase adulta. Esse é um problema que pode ser uma bola de neve. Uma vez que a obesidade pode acarretar inúmeras doenças e complicações no corpo humano como problemas ósseos, problemas circulatórios e até mesmo o câncer. Isso sem mencionar que certamente a obesidade em escolas é um exponencial para bullyng – uma situação que pode desenvolver problemas psicológicos graves nas crianças, as vezes irreversíveis pelo resto da vida”, explica Dr. Henrique. 

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