A busca por cabelos lisos faz com que muitas mulheres passem horas no cabeleireiro, ou mesmo em frente ao espelho tentando fazer com que as madeixas aparentem leveza e menos volume. As técnicas são variadas e têm para todo gost indiana, japonesa, entre outras. Mas, é preciso ter cuidado. Antes de procurar uma modificação é preciso estar atenta, pois a beleza pode ter um preço caro a pagar. O alisamento está associado à mistura de produtos químicos que podem ser prejudiciais, também, à saúde. Cabeleireiros apontam efeitos colaterais que, o processamento químico e/ou mecânico podem causar. Sem os devidos cuidados, produtos químicos podem ressecar os fios, torná-los quebradiços ou causar: queimaduras, dermatites, inflamações, coceiras, descamação, alergias e a perda do crescimento do cabelo em regiões do couro cabeludo. O formol, por exemplo, é um forte anti-séptico, desinfetante com alta capacidade de preservação. Ele é usado para alisamento, mas, em baixa concentração. Porém, surgiu recentemente, no mercado da beleza, a utilização de outro composto químico, cerca 10 vezes mais nocivo que o formol: o glutaral. É um produto altamente tóxico, usado para desinfecção hospitalar e esterilização contra o vírus HIV, Hepatite B e o bacilo da Tuberculose. A pessoa que o manipula é obrigada a usar roupas especiais, proteção nos olhos e máscara para evitar inalação de gases químicos. O glutaral ganhou os salões de beleza no Rio de Janeiro e tem deixado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em alerta. Para o cabeleireiro Cleiber Miranda, especialista em imagem pessoal através do Curso de Visagismo, no Japão, explica que é “fundamental criar o hábito de tratar os cabelos adequadamente, estar atento aos produtos e, em quem está trabalhando no seu cabelo”. Entre as técnicas, está o alisamento japonês, que é definitivo. Muitos acreditam que o cabelo nunca mais vai nascer ondulado e, não é verdade. “É definitivo na parte em que foi alisada, e dependendo da estrutura do cabelo, depois de quatro a seis meses, é preciso fazer a manutenção na raiz. Nesta técnica usa-se o Tioglicolato de Amônia, que não agride a saúde, pois é diferente do formol e do glutaral, que são cancerígenos e para quem já tem problemas respiratórios, causam ressecamento do pulmão e o fechamento da garganta e das vias respiratórias imediatamente”, destaca Cleiber. Com o produto no cabelo, o cabeleireiro passa a prancha sem enxágue e, o calor, em torno de 180 a 220 graus, libera o excesso do produto em forma de gás que, além de ser cancerígeno, pode causar alterações motoras e de raciocínio, a longo prazo, afetando cliente e profissional. Segundo a Anvisa, os produtos formol e glutaral são conservantes, e não foram feitos para ser alisadores. Entretanto, são usados em cosméticos em concentrações que não causam danos à saúde, se usados corretamente. No caso do formol, a concentração máxima é de 0,1%, já no glutaral é indicado 0,2%. O uso em composições maiores é proibido, por lei.