Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto descobriram que o mal de Alzheimer pode ter relação com o diabetes. Eles desenvolveram um programa de computador que analisa imagens de ressonância magnética com cálculos matemáticos, resultando em um mapeamento detalhado da região do cérebro onde ocorrem as lesões causadas pela degeneração dos neurônios. “Hoje, a gente não entrega só uma imagem ao médico, e sim valores que vão dizer o tamanho e o volume da lesão”, explica a neurologista Paula Diniz. A nova técnica permite a identificação de lesões muito pequenas no cérebro, que até agora não apareciam nos exames comuns de ressonância magnética. Os médicos descobriram que essas lesões são comuns nos pacientes que têm diabetes e nos que sofrem de Alzheimer. Os exames mostram que parte das lesões causadas inicialmente pelo diabetes pode evoluir para Alzheimer, uma doença degenerativa do cérebro que causa demência, perda da memória e do controle motor. “Uma vez mostrada que o diabetes, a hipertensão e a doença vascular possam levar à ocorrência de doença de Alzheimer, podemos melhorar as intervenções de tratamentos mais eficazes”, diz Jarbas Roriz, pesquisador da USP. O coordenador da pesquisa, Júlio Moriguti, acha que a descoberta serve para alertar os diabéticos. “Essas pessoas precisam tomar os medicamentos corretamente, praticar atividades físicas e orientação dietética, mas nada para se desesperar”, afirma Moriguti.