Periodicamente, surgem modas revolucionárias que prometem fazer milagres quando o assunto é bem-estar ou mesmo saúde.
A moda da vez são as “pulseiras do equilíbrio”, facilmente encontradas na internet ou em lojas de esportes. Para agradar a todos os gostos, há os mais variados formatos: finas, largas, adesivos, pendentes ou cartões, mas todos os tipos com a promessa de estimular energia, equilíbrio, força e flexibilidade, mesmo sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O corpo humano possui processos eletroquímicos naturais, que geram energia para nossas atividades diárias. Esses processos são dirigidos por nossa hereditariedade, mas também pelos hábitos. Estresse e má alimentação são peças fundamentais para a perda exagerada de energia. Para repô-la, é necessário estimular esses processos eletroquímicos, através de alimentação balanceada e da prática de exercícios físicos, mas não existe evidência científica de que as pulseiras melhorem “as funções metabólicas celulares” e sejam “estimulantes naturais de energia”.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste, alerta a população sobre a promessa de tais pulseiras trazerem benefícios subjetivos, como força, resistência, elasticidade, equilíbrio, energia, vigor ou humor. “Caracteriza propaganda de produto milagroso - garante - mas não prova os efeitos positivos à saúde.”
De acordo com a Proteste, a marca mais conhecida é a Power Balance, mas não é a única e conta com muitas imitações oferecendo o mesmo efeito placebo das “originais”, como a genérica brasileira Life Extreme, que chega a ter o mesmo valor da original.
O efeito placebo nada mais é do que induzir psicologicamente um benefício, que pode ser assimilado pelo corpo ou não. Em setembro deste ano, a Anvisa publicou nota proibindo empresas que vendem o produto de mencionar as tais qualidades terapêuticas sem a pesquisa e o registro que comprovem a eficácia do produto.