SAÚDE

Anvisa proíbe venda de fertilizante que imita os efeitos da cocaína

Conhecida popularmente como Meow-Meow, a mefedrona é fertilizante para plantas, mas é adquirida tanto em pó como em pílulas

Publicado em 10/08/2011 às 09:09Atualizado em 17/12/2022 às 07:26
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Thassiana Macedo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de incluir a mefedrona, um fertilizante agrícola na lista de drogas ilícitas. A venda do produto está proibida e será considerada crime no país, a partir da publicação da resolução no Diário Oficial da União, que deve acontecer nos próximos dias. Com a decisão, a mefedrona passa a ser considerada pela Polícia Federal como o crack e cocaína: uma droga ilegal.

A mefedrona está sendo utilizada como insumo para produção de droga sintética que provoca euforia, hipertensão e delírios nos usuários, efeitos semelhantes aos da cocaína e do ecstasy, além de levar usuários à condição de dependentes químicos em curto espaço de tempo. Entre os piores efeitos da mefedrona estão palpitação, insônia, ansiedade, paranoia e danos ao sistema nervoso central. Conhecida popularmente como Meow-Meow ou miau-miau, a mefedrona é um fertilizante para plantas, mas é usada como estimulante e adquirida tanto em pó como em pílulas pela internet.

De acordo com o diretor do curso de Engenharia Ambiental da Uniube, o engenheiro agrônomo André Luís Teixeira Fernandes, esse fertilizante já estava proibido em outros países da Europa e Ásia e não é usado em larga escala na agricultura brasileira. “O complicado é que a informação hoje é muito rápida, o que facilita conseguir informações sobre o que pode causar euforia de alguma forma. Como para nós ainda não é proibido, as pessoas utilizam a facilidade na compra desse produto para substituir outras drogas, apesar do preço. É um produto caro, que pode ser comparado com drogas como cocaína e crack, mas que se torna uma opção para quem é dependente. As pessoas têm pago de R$ 200 a R$ 300 por 25 gramas”, explica.

O engenheiro agrônomo acredita que alguns conhecimentos de química aliados à grande quantidade de informações disponíveis hoje, especialmente na internet, facilitam a transformação de produtos como fertilizantes em drogas poderosas. “Com toda a veiculação de notícias sobre o caso, com certeza a mefedrona será proibida.

O mercado agrícola do Brasil é forte, quase 30% do nosso PIB vem dele e qualquer notícia de impacto pode causar algum dano, mas se a mefedrona é tão problemática em termos de saúde humana, é simples substituí-la enquanto fertilizante”, esclarece Fernandes.

Controle. De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas de 2010, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o consumo de drogas está mudando devido ao aparecimento de novas drogas e de novos mercados, especialmente o uso de substâncias do tipo anfetaminas. É o caso da mefedrona.

O combate ao uso de drogas envolve uma série de ações, que vão desde a repressão ao uso indevido até o tratamento, a recuperação e a reinserção social de dependentes. Enquanto a proibição não vem, o controle da comercialização tem sido feito através de atualizações da Portaria 344/98 pela Anvisa, que, no entanto, ainda tem brechas.

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