OMS considera como ideal que pelo menos 90% das crianças menores de seis meses se alimentem exclusivamente de leite materno
Até o dia 7 de agosto é celebrada em todo o planeta a Semana Mundial de Amamentação e, embora Uberaba vá comemorar a data somente no dia 12, a amamentação é uma luta necessária todos os dias. Apesar de o tempo médio de aleitamento materno vir aumentando de 1999 a 2008, o Brasil ainda está abaixo do ideal. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como ideal que 90% a 100% das crianças menores de seis meses se alimentem exclusivamente de leite materno. No Brasil, esse índice é de apenas 41%.
Talvez o problema esteja no despreparo natural das mamães em enfrentar os problemas que podem surgir no decorrer desta fase. Para o pediatra Luciano Borges Santiago, presidente do
Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, a principal dificuldade que angustia as mães é a técnica correta da amamentação. “A mãe que não está preparada para realizar um bom posicionamento do bebê no momento da amamentação vai ter uma série de dificuldades, quase todas ligadas à pegada incorreta. Dor para amamentar, fissuras no seio, infecção da mama ou mastite, baixa produção de leite, tudo em decorrência do preparo inadequado para o momento da amamentação”, esclarece.
Para as mulheres que querem ter filhos ou que já têm um bebê, o especialista indica a procura de cursos ou de um profissional que as oriente quanto à maneira
correta de amamentar.
O Caism, o Hospital de Clínicas da UFTM e a Unimed possuem equipes especializadas.
Benefícios. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, amamentar traz benefícios para todo mundo. Entre os principais para o bebê está a criação do vínculo natural, a proteção e a nutrição da criança, mas para isso o ideal é amamentar por pelo menos dois anos. Além disso, o leite materno tem tudo o que o bebê precisa até os seis meses, inclusive água. Funciona como vacina, protegendo a criança de diarreias, infecções respiratórias e alergias, diminuindo o risco de mortalidade até um ano de idade.
Para as mães, amamentar ajuda a perder peso após o parto e o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. Também reduz o risco de diabetes, de câncer de mama e de ovário.
Além disso, o Ministério da Saúde alerta que amamentar pode favorecer o bolso e a renda familiar. Em 2004, o gasto médio mensal com a compra de leite para alimentar um bebê nos primeiros seis meses de vida no Brasil variou de 38% a 133% do salário-mínimo, dependendo da marca do alimento infantil.