Arte é usada como recurso terapêutico

As diversas manifestações artísticas representam muito mais do que criatividade, elas expressam a sensação ou o estado de espírito de quem as produz. Cada amostra do talento humano, seja na música, na dança ou nos objetos, está carregada de informações não só estéticas, como também de sentimentos muito úteis à saúde dos seus apreciadores e executores.

A terapeuta ocupacional e artista plástica Claudia Franco Monteiro, que trabalha no tratamento de adultos com disfunções neurológicas, ressalta que a arte é muito utilizada como recurso terapêutico. "Nossos atendimentos visam ao resgate da autonomia das atividades da vida cotidiana, seja nos aspectos físicos, afetivos emocionais e sociais", explica a especialista.

Claudia é professora do curso de Terapia Ocupacional na Universidade de Uberaba (Uniube). Docentes e discentes da instituição atendem gratuitamente pacientes que apresentam sequelas por problemas neurológicos, seja na clínica Integrada da própria universidade ou em locais específicos, como na Associação de Deficientes Físicos de Uberaba (Adefu), onde os profissionais aplicam a técnica, conhecida como Arteterapia, para a recuperação dos usuários.

Alguns membros da Associação, conforme esclarece a terapeuta, estão envolvidos diretamente com o método e montaram um grupo denominado "Caminhos do Sol".

A terapeuta ocupacional informa que a arteterapia proporciona um equilíbrio físico, mental e espiritual, pois, além de liberar emoções, ajuda na resolução de conflitos internos e melhora a coordenação motora.

Por isso, o método não é só utilizado só no tratamento de sequelas neurológicas, como também ajuda na prevenção e promoção da saúde em todas as idades – desde crianças a idosos, podendo ser aplicado até mesmo em empresas. Qualquer manifestação cultural pode ser explorada pela arteterapia, como escultura, desenho, costura, culinária, dança, escultura e teatro.

Na prática. No sábado, 6, com a lógica da utilização da arte como recurso terapêutico, estudantes e professores da Uniube acompanharam os pacientes do sistema a um passeio ao Centro de Cultura José Maria Barra, onde foi visitada uma exposição de arte e discutida a arte ali abordada. "Todo o passeio foi organizado junto de nossos usuários, pois o que buscamos é que eles apresentem autonomia sobre suas decisões, pensando na importância de executarem atividades que melhorem sua qualidade de vida", conta a terapeuta.

De acordo com Monteiro, passeios como esse ajudam também na socialização dos portadores de necessidades especiais. É um resgate da cidadania. "Ajudamos na construção da identidade social desses indivíduos, fazendo com que eles e a sociedade compreendam seus direitos e deveres, como direito ao lazer, à diversão, ao trabalho, de ir e vir etc", destaca.