SAÚDE

Atraso no diagnóstico e tratamento de fraturas pode causar pseudoartrose

Existem casos de pacientes que, após terem sofrido uma fratura, e passados de seis a oito meses, ainda se queixam de dores

Dr. José Fábio Lana
Publicado em 11/01/2011 às 11:21Atualizado em 20/12/2022 às 00:59
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Existem casos de pacientes que, após terem sofrido uma fratura, e passados de seis a oito meses, ainda se queixam de dores e incômodo na região afetada. Muitas vezes, por acreditarem que pode ser uma sequela da lesão, não procuram um médico para avaliar o quadro e, assim, acabam não diagnosticando uma doença que, embora seja pouco falada, é bastante comum: a pseudoartrose.

Totalmente distinta da artrose, que é a degeneração das articulações, a pseudoartrose caracteriza-se pela não consolidação de uma fratura, ou seja, o osso “não cola”. Este quadro acontece, normalmente, por uma circulação sanguínea inadequada (o sangue não irriga corretamente os ossos), por instabilidade no local da fratura, ou mesmo pela falta de contato entre os fragmentos do osso. Há, ainda, casos que derivam de fatores congênitos.

Nós, ortopedistas, sempre alertamos para que, na ocorrência de uma fratura, é imprescindível que se busque o tratamento o quanto antes, exatamente para que não sejam realizados movimentos com os ossos deslocados e também para que não haja nenhuma deficiência na circulação sanguínea. Quando o diagnóstico é tardio, a propensão à ocorrência da pseudoartose costuma ser maior. E o que preocupa é exatamente a dificuldade no diagnóstico deste quadro, visto que muitos pacientes acabam demorando a procurarem um especialista para a avaliação do motivo da dor.

A melhor forma de diagnosticar a pseudoartrose é através do exame clínico, manipulando-se cuidadosamente a região afetada, de maneira a verificar se existe alguma lacuna entre os fragmentos. O Raio-X também é um importante auxiliar na detecção da doença. Normalmente, as fraturas expostas nos ossos da perna tem maior propensão a evoluírem para pseudoartrose, mas é importante deixar claro que qualquer tipo de fratura nas articulações também pode evoluir para este quadro doloroso.

O tratamento mais avançado que atualmente temos disponível é através de ultrassom de baixa intensidade, que emite ondas que atuam sobre os íons de cálcio do osso, direcionando-os e estimulando a sua regeneração. Esta técnica, denominada Exogen, foi criada no Brasil pelo professor Luiz Duarte, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, nos anos 70. Em 2005, foi realizada uma pesquisa experimental com a técnica no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC/FMUSP), apresentando resultados bastante satisfatórios, especialmente em se tratando da aceleração no processo de recuperação. E o mais importante é que este tipo de tratamento não tem contra-indicação. Entretanto, existem casos onde é necessária a intervenção cirúrgica, para que os ossos sejam reposicionados e ligados. Outra técnica usada é a terapia por ondas de choque (TOC) que tem mostrado resultados animadores na consolidação óssea. O uso do concentrado de plaquetas (PRP) tem sido estudado exaustivamente na última década e se tornou uma técnica promissora na consolidação das fraturas graves.

                 

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