Quatro novos casos de infecção por micobactéria foram confirmados em Uberaba este mês. Até meados do mês, a Gerência Regional de Saúde (GRS) somava 28 registros positivos e outros três casos ainda aguardavam notificação. De acordo com o coordenador de Vigilância Sanitária da GRS, Maurício de Oliveira, não são cogitadas novas medidas administrativas nos hospitais no momento. Ele explica que todos os casos confirmados são referentes a procedimentos cirúrgicos feitos antes das interdições cautelares. A primeira foi realizada no fim de agosto. “Isso demonstra que nossas ações foram eficazes. Por enquanto, não será necessário suspender novamente as videocirurgias”, declara, lembrando que o tempo de latência da micobactéria é de até dois anos. Dos hospitais em que houve registro da infecção por micobactéria, Oliveira explica que apenas dois ainda não retomaram as videocirurgias: o São José, que está concluindo reforma nas instalações, e o Hélio Angotti. Neste último caso, Oliveira analisa que o número de procedimentos realizados era pequeno e o estabelecimento, por opção, não pretende oferecer o serviço por enquanto. Também com casos de micobactéria, os hospitais São Domingos e São Marcos já retomaram as cirurgias. Segundo o coordenador da VS, o maior número de ocorrências ainda está relacionado ao São Domingos, mas isso era estatisticamente esperado. “É o estabelecimento que mais executa videocirurgias e com maior quantidade de equipes. Por isso, existe mais risco. Mas também foi o primeiro hospital a regularizar os procedimentos através de protocolos e passar na inspeção”, pondera. Oliveira orienta a equipe médica a ficar atenta aos casos de infecção, coletando e investigando as ocorrências. Além disso, ele adverte quanto aos cuidados no reprocessamento do material e lembra que os hospitais devem ter um protocolo único e padronizado. Paralelamente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estará até 22 de janeiro com consulta pública aberta para discutir novas medidas de contenção dos casos de infecção por micobactéria. Profissionais de saúde, hospitais, clínicas, segmentos envolvidos e a sociedade em geral podem contribuir. Entre as sugestões estão a proibição do reprocessamento de equipamentos, instrumentais e produtos para a saúde fora da Central de Material Esterilizado (CME), exceto quando realizada por empresas reprocessadoras. Outra proposta da agência é o monitoramento obrigatório, por, no mínimo, 90 dias, de pacientes submetidos a cirurgias plásticas e procedimentos invasivos realizados por videolaparoscopia. Mais informações no site www.anvisa.gov.br.