O Banco de Leite Humano (BLH) de Uberaba está em campanha para tentar conscientizar as mães sobre a importância da doação de leite...
O Banco de Leite Humano (BLH) de Uberaba está em campanha para tentar conscientizar as mães sobre a importância da doação de leite materno e mobilizar esse público para a necessidade de aumentar a fila de doadoras na instituição. Só no ano passado, foram mais de 640 litros de leite coletados, beneficiando mais de 400 crianças. Segundo a psicóloga Maura Ribeiro Rodrigues da Costa, coordenadora do local, a campanha visa a sensibilizar mulheres que acabam de dar à luz e entram na fase da apojadura – a partir do terceiro dia após o nascimento do bebê – em que há um excesso de produção e “descida” de leite. “Esse excesso as mamães podem doar, e várias mulheres continuam sendo doadoras além desse período, às vezes até depois que a criança completa um ano”, destaca Maura. Ela acrescenta que, em média, a instituição conta com 40 a 50 doadoras por mês. Para Maura, muitas mulheres, potenciais doadoras, ainda desconhecem a existência do Banco de Leite Humano em Uberaba. “Precisamos fazer essa informação se multiplicar na sociedade, para podermos, por meio dessas doações, continuar salvando várias vidas”, comenta. O leite coletado das mamães passa por um processo de pasteurização e é congelado no local. Depois de processado e congelado, o leite materno dura até seis meses. Conforme a demanda – que é alta, segunda a psicóloga –, ocorre o descongelamento e envio do material para crianças de risco ou de baixo peso, que, por essas razões, não têm condição de mamar no peito da própria mãe. Durante o período em que esses bebês estão em incubadoras nos hospitais, recebem o artigo do BLH. Paralelamente, as mães deles são orientadas a fazer a ordenha para que a produção de leite seja estimulada e, assim que os bebês estiverem recuperados, comecem a mamar no peito. A coordenadora do Banco de Leite aproveita para desmistificar um dos principais medos das mamães: que a doação faça com que falte leite para seu próprio filho. “Se não há estímulo, o cérebro entende que não é necessário produzir mais leite, por isso há uma redução. Quanto mais estimula a mama, maior a produção. Então, com a doação de leite materno, não vai faltar para o filho dela, e sim aumentar a produção”, destaca. Segundo Costa, a diminuição na produção de leite é decorrente de uma amamentação errada – seja por sucção incorreta por parte da criança ou pelo número reduzido de mamadas. Como funciona? As interessadas em doar leite devem se dirigir ao BLH, em funcionamento no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), localizado na Avenida Leopoldino de Oliveira, 1160, ou entrar em contato pelo telefone 3314-6608. Para doar, a mamãe não pode: fumar, fazer uso de bebida alcoólica e estar em tratamento, como quimioterapia. Além disso, ela deve ter uma boa condição nutricional e se submeter a um exame que irá verificar a sorologia quanto às doenças: HIV, VDRL, Hepatite B e C, HTLV 1 e 2, que são transmissíveis pelo leite materno. Segundo a psicóloga, é necessário que o exame seja refeito de seis em seis meses, caso a mamãe continue doadora. Depois de todo o processo de verificação de aptidão da mamãe para a doação, ela recebe um vidro para coleta de leite, onde é afixada uma etiqueta com o nome dela e a data de nascimento do bebê, além de folder explicativo de como ela deve retirar e armazenar o leite. A partir daí, semanalmente, a equipe do BLH recolhe o leite e entrega novos frascos vazios.