Bebida alcoólica pode interferir na saúde do coração

A proximidade das festas de fim de ano serve de alerta por vários motivos. É quando aumenta o consumo de bebidas alcoólicas e de comidas gordurosas. Mas especialistas destacam que é possível comemorar a chegada do novo ano sem colocar a saúde em risco. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para pessoas saudáveis, o consumo de até 30 gramas de bebida alcoólica pode reduzir a incidência de infarto.   O vinho tinto em especial, por ser rico em flavonoides, substância que atua na estabilidade da parede dos vasos sanguíneos, diminuindo o acúmulo das temíveis placas de gordura nesses vasos. Além de tudo, reduz a possibilidade de um infarto. A bebida contém, ainda, outro grupo de substâncias químicas, os polifenóis. Estes atuam numa enzima protetora dos vasos e que está presente no coração, sendo responsável por sintetizar o óxido nítrico, outro relevante elemento que evita o acúmulo de gordura. “Ou seja, em baixas quantidades ele protege as coronárias, ajuda no controle da pressão arterial, mantendo os níveis num patamar aceitável à boa saúde do corpo humano”, explica o cardiologista José Humberto da Silva.   O consumo de bebidas alcoólicas, porém, não traz somente benefícios, em excesso aumenta os níveis de triglicérides no sangue. No caso das destiladas, como a vodca e o uísque, o efeito negativo pode ser ainda maior. Isso porque o consumo em doses elevadas pode causar danos ao músculo do coração. “Pode apresentar efeito tóxico direto no músculo cardíaco (miocárdio) e, com o tempo, desenvolver uma miocardite alcoólica”, destaca. Em portadores de alguma insuficiência cardíaca, o consumo em excesso pode agravar o dano, causando piora dos sintomas.   A OMS estima que cerca de 16,6 milhões de pessoas morrem, anualmente, no mundo em decorrência de doenças cardiovasculares, como o infarto e a insuficiência cardíaca, além da hipertensão e do derrame cerebral. De acordo com relatório da Organização, até 2010 as doenças cardiovasculares serão a principal causa de morte nos países em desenvolvimento.   Para o cardiologista, esses problemas são importantes e devem ser destacados. “Mas é importante ter em mente que a bebida em excesso causa problemas em todo o corpo e, antes mesmo de atingir o coração, pode danificar o fígado etc”, encerra.