Avanços das tecnologias médicas e os avanços na terapia intensiva mudaram o perfil dos idosos, e o grau de complexidade das doenças
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Dia do Idoso, comemorado em 27 de fevereiro, terá mais homenageados a cada ano. As estatísticas apontam que o Brasil deverá ter a sexta população mais idosa do planeta no ano 2025, com 34 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que representará 14% da população nacional. Essa posição será alcançada devido ao aumento na expectativa de vida, atualmente de 73 anos. Essa mudança já pode ser percebida nos consultórios médicos. “A procura visa à prevenção de doenças crônicas inerentes ao envelhecimento, ao tratamento e controle quando já instaladas e ao cuidado paliativo e fim de vida digno, quando já não se pode curar”, revela o médico geriatra Christiano Rodrigues da Cunha. De acordo com o médico, o desenvolvimento de tecnologias médicas e os avanços na terapia intensiva mudaram o perfil dos idosos, e o grau de complexidade das doenças, queixas e necessidades tem sido maior. “Hoje, atendemos pacientes que sobrevivem a infartos do coração, pneumonias graves, “derrames”, enfim, situações incompatíveis com a vida até recentemente. Também, o mundo cada vez mais individualista deixa as pessoas com maior predisposição à depressão”, esclarece Cunha, ao revelar que são várias as causas que podem levar um idoso a procurar o atendimento de um geriatra. Fraturas. Outro problema que merece atenção especial são os casos de fratura em idosos, pois a reconstituição dos ossos nesta fase é mais lenta, como explica o ortopedista Vicente Carlos Franco Macedo. “Devido à idade, existe uma tendência natural do osso em não se consolidar, ou seja, normalmente a fratura exige tratamento cirúrgico para ajudar na cicatrização óssea. Em casos de osteoporose, a recuperação é ainda mais demorada”, expõe. Segundo o ortopedista, existe uma grande incidência de fraturas causadas por acidentes domésticos. Também, em algumas situações, o osso pode se quebrar apenas com o peso do próprio corpo, sendo mais afetados o fêmur (na perna), pela sustentação do corpo, e o rádio (punho), pelo apoio na hora da queda. “Atividade física frequente em todas as idades; alimentação saudável e, ainda, uso de medicamentos (hormônios bifosfonados e cálcio) que protegem a perda óssea, principalmente para as mulheres, por causa do período de menopausa são importantes cuidados no fortalecimento dos ossos”, destaca Macedo. Entretanto, todo exercício deve ser feito de acordo com a capacidade e necessidade individual. “Há grande preocupação com a saúde cardíaca para a liberação de atividades físicas, mas não é apenas isso que deve ser pensado. Devemos saber se há necessidade de fortalecimento de algum grupo muscular específico. De forma geral, o brasileiro procura orientação sobre os exercícios, mas ainda somos carentes de academias e profissionais com especialização para cuidar do idoso”, alerta o médico Christiano.