A incidência de casos novos de tuberculose no Brasil caiu de 51,44 a cada grupo de 100 mil habitantes, em 1999, para 37,12, em 2008. Balanço divulgado ontem, no Rio de Janeiro, apresenta uma redução de 27,58% em 10 anos. Em números absolutos, o país registrou 82.934 novos casos no final da década passada, contra 70.379 em 2008. O Brasil, no entanto, continua entre os países responsáveis por 80% dos casos no mundo. Nos últimos três anos, passou da 14ª para a 18ª posição no ranking mundial de registros da doença. De acordo com o presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, José Eduardo Delfini Cançado, a redução no número de novos casos é resultado do esforço do Ministério da Saúde de supervisionar os pacientes que abandonam o tratamento. O tratamento supervisionado consiste no acompanhamento do paciente durante os seis meses em que ele necessita tomar os medicamentos contra a doença. Desde que foi adotada no Brasil, a partir de 2001, a cobertura desse tipo de tratamento cresceu de 3,5% dos casos novos para 39,4%. "O Brasil tem um programa que funciona muito bem. O indivíduo que começa a fazer o tratamento e abandona é procurado pelo ministério", diz Cançado. Em média, uma pessoa contaminada é responsável pela contaminação de outras dez. "A tuberculose é uma doença intimamente ligada à classe social mais baixa, com maiores dificuldades de acesso à saúde", afirma Cançado. "Ainda temos um número de casos elevados e este é um problema de saúde pública", frisa.