Pesquisa realizada pela Universidade de Pittsburgh nos EUA descobriu que caminhar por pelo menos 10 quilômetros por semana pode ser um dos fatores para impedir o encolhimento do cérebro e combater a demência. A pesquisa analisou cerca de 300 pessoas, que registraram o quanto caminharam a cada semana. Mostrou que aqueles que andavam pelo menos 10 km tinham redução cerebral relacionada à idade menor que a das pessoas que caminhavam menos.
É constatado que ocorre uma perda de 5% a 10% por ano na cognição de portadores de Alzheimer, doença que corresponde a 60% das demências.
A cognição é como entendemos o nosso corpo, nossa relação com os movimentos e com os outros. “Além dos benefícios clássicos do exercício, como o de combater diabetes, hipertensão e, consequentemente, doenças cardiorrespiratórias, para o portador de Alzheimer o exercício aumenta o fluxo sanguíneo cerebral e diminui a formação das placas beta amiloides, fator desencadeante da degeneração cerebral, o que atrasa a evolução da demência”, esclarece fisioterapeuta Marcelo Assunção Valentino.
O portador de demência, em especial o doente de Alzheimer, sofre com as falhas na memória, problema que influencia diretamente o humor, as funções cognitivas, gerando dificuldade para fazer atividades habituais simples. Quando se chega a esta fase, é essencial investigar mais a fundo. “Nestes casos, a atividade física regular atua principalmente para retardar ao máximo a terceira fase da doença em que muitos pacientes vão ser hospitalizados, etapa de maior risco de infecções respiratórias, digestivas e urinárias”, alerta Valentino.
Mas não é só a atividade física que pode ajudar a retardar o envelhecimento e o desenvolvimento de demências, o fisioterapeuta destaca que exercitar o cérebro é tão fundamental para a saúde quanto caminhar. “Anotar ideias em um caderno ou agenda, jogar xadrez, resolver palavras cruzadas, ler livros, jornais e revistas e, principalmente, manter contato e diálogo aberto com familiares e amigos são ações tão importantes quanto o tratamento para atrasar a evolução da doença de Alzheimer, que hoje atinge pessoas cada vez mais jovens, a partir dos 40 anos”, afirma. O fisioterapeuta explica que o motivo para essa mudança é o estresse, já que passamos a nos preocupar mais com o físico do que com o estímulo da saúde mental.