De acordo com a médica, a empatia envolve processos afetivos e cognitivos e se traduz na capacidade de perceber os sentimentos e emoções da outra pessoa
Foto/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Muitos pacientes que sofrem de depressão têm alterações cardíacas, dor de cabeça, dor no peito, palpitações e crises de hipertensão
Foi lançada a campanha “Pode Contar”, de esclarecimento sobre a depressão com enfoque na empatia, ou seja, a capacidade de familiares e amigos se colocarem no lugar da pessoa que sofre com a depressão.
Carmita Abdo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), explicou à Agência Brasil, que a empatia não é passar a mão na cabeça ou sentir pena de quem sofre com a doença, mas se colocar no lugar do outr “É se reconhecer no outro. Nós na ABP falamos muito de combater o estigma da depressão e nada melhor que exercitar a empatia”, disse.
De acordo com a médica, a empatia envolve processos afetivos e cognitivos e se traduz na capacidade de perceber os sentimentos e emoções da outra pessoa, sem julgamentos. Segundo ela, as doenças mentais estão entre as dez patologias mais prevalentes de um total de 32 doenças incapacitantes para o trabalho.
A engenheira Bernadete de Araújo, de 64 anos, conta que a depressão a afetou de diversas formas. Ela sofreu de forma recorrente desde a infância, mas notou sintomas exacerbados na vida adulta. Ainda assim, demorou oito anos para conseguir o diagnóstico.
“Houve um tempo na minha vida em que eu não conseguia raciocinar, somar ou subtrair. Eu fazia relatórios em outras línguas, mas não conseguia ler uma manchete de jornal. De repente, eu me tornei impaciente, ansiosa e até agressiva. Eu sentia uma tristeza enorme e não entendia a razão”, lembrou.