A estimativa é da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e os consultórios médicos ficam cheios de pacientes com esta doença quando as temperaturas estão altas.
Faltam, aproximadamente, 15 dias para o início oficial do verão, mas as temperaturas já estão muito elevadas, o que reflete em aumento do número de pessoas que frequentam praias ou piscinas. Consequentemente, esse fato faz com que os consultórios médicos registrem um crescimento de pacientes com otites externas – inflamações e infecções nos ouvidos. A estimativa da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia é de que, nessa época do ano, a incidência da doença cresça em até 70%.
A maior parcela desses casos está relacionada com a infância, já que, conforme ressalta o médico Weslley Quirino Sousa, as crianças convivem mais com o ambiente aquático, sofrendo mais com as sequelas da umidade. O especialista explica que o ouvido é um órgão que, naturalmente, contém bactérias e não aceita o contato excessivo com a água, já que o líquido é um meio de cultura e faz com que essas bactérias se proliferem, causando as infecções.
Segundo Sousa, toda umidade em excesso é prejudicial ao órgão, mas a água suja, especialmente a de rios e lagoas, pode ser ainda mais maléfica, já que também possui muitas bactérias.
"A recomendação em casos de um contato prolongado com a água, principalmente para as crianças que geralmente praticam natação, é o uso dos tampões e de toucas, que protege os ouvidos e evita as otites", alerta o otorrinolaringologista.
Inicialmente, segundo o médico, os sintomas das otites são incômodos. Existe a sensação de ouvido úmido ou tampado e de dores que têm intensidade leve a aguda. Os indícios variam de acordo com o grau da infecção, que pode acometer apenas uma parte do órgão ou ser generalizada.
O otorrinolaringologista ressalta ainda que, se não tratadas, as otites podem levar a uma série de complicações, que vão depender do grau de extensão. "Entre as consequências estão até mesmo a perda da audição e a formação de abscessos", alerta.
O tratamento para as infecções, se diagnosticadas no começo, é concluído em média entre 7 e 10 dias, período em que o ouvido do paciente não pode entrar em contato com a água. A terapia para a cura é variável de acordo com o caso, podendo envolver antiinflamatórios, gotas nos ouvidos ou antibióticos.