De acordo com a Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade (Abeso), pesquisa realizada no Laboratório ...
De acordo com a Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade (Abeso), pesquisa realizada no Laboratório de Sinalização Celular da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), algumas áreas do cérebro dos obesos, especialmente o hipotálamo - responsável pelo controle da fome e do gasto energético - são diferentes quando comparados aos de pessoas magras. O estudo foi feito pela doutora Simone Van de Sande-Lee e foi publicado na revista americana Diabetes.
Especialistas explicam que, nos últimos 15 anos, as pesquisas têm revelado que os caminhos que levam à doença são muito mais complexos do que se imaginava anteriormente. E neles o sistema nervoso central tem importante papel. E a obesidade seria, na verdade, algum erro no processamento de informações que chegam ao sistema nervoso central.
A leptina é um dos hormônios mais importantes nesse processo, sendo a responsável por levar ao sistema nervoso a informação sobre a quantidade de energia que está sendo estocada. Se acontecem falhas na comunicação, fica difícil controlar a ingestão de alimentos e o gasto de energia. Entender o processo de como o cérebro passa a responder de forma inadequada à leptina por resultado de uma inflamação, é um avanço importante.
Os alimentos que consumimos hoje têm um dos principais componentes que causam inflamações silenciosas: os ácidos graxos saturados, presentes em alimentos com gorduras saturadas, por exemplo, na carne vermelha e no leite. A descoberta facilitará a compreensão dos mecanismos que levam à obesidade, e contribui com futuras pesquisas sobre o tratamento da doença.