Em torno de 12% da população brasileira tem cálculos renais, o que representa, aproximadamente, 24 milhões de pessoas sofrendo os efeitos da presença de pedras nos rins
Em torno de 12% da população brasileira tem cálculos renais, o que representa, aproximadamente, 24 milhões de pessoas sofrendo os efeitos da presença de pedras nos rins. A doença afeta brasileiros de ambos os sexos e de todas as faixas etárias. Por isso, é importante estimular os hábitos de prevenção desde a infância, em especial uma boa ingestão diária de líquidos.
De acordo com o urologista Alysson Roberto Bruno Junqueira de Moraes, o indivíduo que tem cálculo renal, com certeza, apresenta alguns distúrbios metabólicos, que fazem com que cristais, normalmente eliminados pela urina, precipitem-se, formando o cálculo. “Existe, ainda, a interferência de fatores ambientais, como geografia e clima; fatores dietéticos, como a variação do teor proteico na alimentação diária, como ingestão de sal e água, bem como a influência de fatores individuais hereditários, como tendência familiar, para a formação de cálculo”, pontua.
O especialista destaca que alguns tipos de cálculo renal são desencadeados por excesso de ácido úrico ou oxalato de cálcio na urina, falta de citrato, pela ocorrência de infecções urinárias de repetição e pelo desenvolvimento de uma doença chamada Cistinúria, que é de caráter hereditário. “Em mais de 70% dos casos, há relação com o oxalato de cálcio e mais de 20%, são causados por ácido úrico, cistina e fosfato amônio de magnésio. Feito o diagnóstico, recomenda-se avaliação metabólica, porque a abordagem terapêutica é feita de acordo com o tipo de cálculo. Para ter certeza, é preciso fazer uma análise laboratorial”, explica.
Alysson de Morais esclarece que a incidência do cálculo renal é maior na faixa etária de 20 a 50 anos, porém pode ocorrer em todas as idades. Embora seja mais rara em crianças, aquelas na faixa entre sete e 12 anos têm chance de desenvolver o problema. Além disso, o médico ressalta que a doença é mais frequente em homens do que entre as mulheres, em uma proporção de dois para um.
Diagnóstico. O médico afirma que o diagnóstico correto é feito através de um exame de ultrassonografia renal e das vias urinárias, raio X simples de abdômen, sendo que o mais eficaz é a tomografia computadorizada (CT) helicoidal. “Hoje, ela é escolhida para esclarecimento de uma possível cólica ureteral. Trata-se de um método rápido, que não utiliza contraste e que tem 97% de especificidade e 95% de sensibilidade. Já o exame de urina tipo I auxilia no diagnóstico, devido à presença de hematúria microscópica, ou seja, a presença de sangue na urina, o que não é visualizado pelo paciente, em 85% dos casos. De 70% a 80% dos casos, a pessoa pode eliminar o cálculo renal na própria urina e somente entre 20% e 30% necessitam de tratamento cirúrgico”, completa o urologista.