O Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou protocolo de assistência a usuários e dependentes de crack. O documento, intitulado Diretrizes Gerais Médicas para Assistência Integral ao Usuário do Crack, foi formulado pela Comissão de Assuntos Sociais da entidade. O documento indica, por exemplo, o encaminhamento de usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS), com referência, entre outros recursos, à estrutura de urgências e emergências, de consultórios de rua e de albergues terapêuticos.
Com o auxílio das diretrizes, médicos poderão avaliar e manejar casos de urgência que envolvam intoxicação, abstinência aguda ou overdose. Eles também receberão orientações sobre as etapas dos processos de atendimento e abordagens mais indicadas aos usuários da droga. O Conselho apresenta propostas para assistência integral ao usuário do crack estruturadas sobre eixos policial, saúde e social, recomendações que indicam ações para auxiliar na redução do consumo da droga.
Números. Pesquisa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
(Cebrid), realizada em 2005, indica que 0,7% da população brasileira de 12 a 65 anos fez uso de crack pelo menos uma vez na vida. Entre os entrevistados, 0,1% disse ter usado crack no período de um ano anterior à entrevista e 0,1% afirma ter consumido a droga no período de 30 dias anterior à entrevista. O maior percentual que havia consumido a droga pelo menos uma vez na vida se encontrava no grupo de sexo masculino com idade entre 25 e 34 anos: 3,2%, o correspondente a 193 mil pessoas.
A pesquisa revelou, ainda, que 44,9% da população considerava “muito fácil” obter crack, o que equivale a
22 milhões e 305 mil pessoas. O Ministério da Saúde estima que existam, hoje, 600 mil usuários de crack no país, mas pesquisadores estimam número de um milhão.