A época é de fartura em quantidade e variedade devido à proximidade de uma das datas mais adocicadas do ano, a páscoa. E por isso todo...
A época é de fartura em quantidade e variedade devido à proximidade de uma das datas mais adocicadas do ano, a páscoa. E por isso todo cuidado é pouco. Em pesquisa feita pela Pro Teste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, foi constatado que os ovos de páscoa encontrados em grandes redes varejistas de todo o país têm apresentado nível de açúcares e gorduras muito maior do que o recomendável para crianças e até mesmo para adultos. A Associação Pro Teste recolheu, para avaliação da quantidade de açúcares e gorduras, ovos de 30 marcas diferentes. Destes, 17 eram destinados a adultos e 13 voltados para o público infantil e em todos foram encontrados em 25 gramas de chocolate, teor 20% superior ao que é considerado o limite saudável. “O limite para as gorduras segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 25 a 30% do valor calórico total diário, ou seja, da alimentação de todo o dia entre 25 e 30% deverá ser de gorduras saudáveis como as monoinsaturadas e polinsaturadas. A alta ingestão de gorduras saturadas, trans e colesterol podem aumentar o risco de doenças coronarianas (coração). A ingestão destas gorduras deverá ser menor do que 10% do total”, explica a nutricionista, Flávia Naguetini. Ela observa também que referente à diferenciação de acordo com a faixa etária, também dependerá da necessidade individual de cada um. Segundo a pesquisa, crianças com até quatro anos não devem ingerir chocolates, a fim de evitar danos futuros ao organismo em desenvolvimento. “Quanto mais tarde for a introdução de açúcares na alimentação das crianças maior será a prevenção de doenças relacionadas à alta ingestão de açúcares e gorduras. Normalmente, a orientação para a introdução de açúcares é a de ser o mais tarde possível. Isto porque o paladar das crianças é formado nos primeiros anos de vida. Quanto mais tarde for introduzido melhor será o controle da ingestão de açúcares”, alerta a nutricionista. Já para a ingestão de gorduras o cuidado independe da idade. As gorduras estão presentes em vários alimentos como, por exemplo, carnes, ovos, peixes, queijos, laticínios, produtos de padarias e etc. Portanto, é necessério não cometer excessos, pois a soma total ao final do dia não deverá ultrapassar os 30%. “Como o pãozinho francês e o macarrão, os açúcares também são carboidratos. A necessidade de carboidrato poderá variar entre 55 e 60% do valor calórico total diário e menos de 10% poderá ser de açúcares”, comenta. Neste sentido, para que uma alimentação seja totalmente saudável é preciso complementar com frutas, vegetais, grãos (especialmente integrais). Flávia recomenda que o consumo máximo diário deverá ser de 1 porção, o que equivale a 1 colher de sopa de açúcar cristal, refinado ou mascavo, 1 colher de sopa de geléia de frutas ou doce de leite ou 2 e 1/2 colheres de sopa de mel, durante todo o dia. Consequências. Ingerir uma quantidade de açúcar e de gordura muito superior ao necessário pode gerar problemas de saúde a médio e longo prazo, como o risco de obesidade, hiperatividade, doenças crônicas não-trasmissíveis (hipertensão, diabetes e dislipidemias) e cárie dental. “O controle pode ser feito através de hábitos saudáveis de alimentação, rica em nutrientes como vitaminas e minerais presentes nas frutas e hortaliças”, conta Naguetini. Dentre os principais riscos de uma alimentação incorreta para crianças seriam os próprios maus hábitos de alimentação, juntamente com o sedentarismo. “As crianças devem ser estimuladas à alimentação saudável, prática de esportes e atividade física regularmente. Lembrando-se sempre que a alimentação das crianças depende, e será formado, a partir do hábito alimentar dos pais ou dos responsáveis. O ideal é que valorizemos o sabor natural dos alimentos, reduzindo ou não adicionando açúcares e gorduras. Faça reduções progressivas, pois com o tempo o paladar irá se adaptar”, sugere a nutricionista.